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Walter Menezes

Volto para concluir o raciocínio da última publicação intitulada "Requisitos para um projeto de desenvolvimento local", em que fiquei de comentar sobre "Compromisso" e "Desenho de parcerias".

Quero esclarecer que esta visão aqui exposta foi adquirida graças a dezenas de viagens a municípios que conseguiram avançar no programa de desenvolvimento local. Nestas idas, conseguimos colher informações sobre experiências, conhecimentos dos processos e caminhos que deveremos seguir ou evitar.

Ficou claro para mim nestas interações, que por mais diferentes sejam os municípios, por mais que as características e particularidades sejam divergentes, o caminho a seguir é um só: o da austeridade, da imparcialidade, do compromisso, da perseverança, da lealdade, da parceria, do planejamento estratégico e da atitude.

Compromisso com o desenvolvimento econômico local

Os resultados positivos das ações sobre o Desenvolvimento Econômico Local - DEL dependem inicialmente de uma atitude de compromisso por parte do Executivo. É esta postura que possibilitará articular a mobilização das capacidades locais, alterando a dinâmica social. Esse compromisso deve se materializar na promoção das ações da produtividade social.

Este conceito, que alguns autores utilizam como produtividade urbana, diz respeito às externalidades negativas que afetam o desempenho das unidades de produção e, por extensão, da economia local, além de geralmente produzir efeitos negativos sobre a qualidade de vida.

Em última instância, desenvolver produtividade social significa promover o uso racional dos recursos de uma determinada comunidade. A maximização da produtividade neste caso não é vista pelas unidades de produção, do ponto de vista do desenvolvimento local, e pensada como melhora da produtividade conjunta. Por isso, o aumento da produtividade social só pode ser conseguido como resultado de ações articuladas dos diversos segmentos sociais, dos diversos setores econômicos, no meio urbano e no meio rural.

Identificando-se os fatores subutilizados, a Prefeitura pode levá-los a um melhor aproveitamento pela ação articuladora ou pela ação normatizante. Nas regiões de monocultura e/ou horticultura, por exemplo, há desemprego sazonal. Pode-se utilizar o solo e mãos de obra disponíveis para dar outra destinação para o período. Como em Shangai/China, por exemplo, onde há um esforço muito grande para não haver lote vazio como recurso subutilizado, não ter área urbana que não seja plantada, e lagoa que não tenha patos.

De outra forma, realizar ações que incrementem a produtividade social significa intervir na infraestrutura e nos serviços públicos, orientando-se para a eliminação de perdas e o aumento da produtividade dos recursos públicos ou privados de que a comunidade dispõe, considerando-se que estes recursos devem gerar a maior quantidade de bem-estar possível.

Estas ações de incremento da produtividade social precisam ser embasadas em informações que nem sempre são fáceis de quantificar, ainda que seja importante, quando possível, dispor de indicadores que mostrem quais são as perdas suportadas pelos indivíduos e pelas unidades de produção, que são geradas pelo ambiente econômico e social do município.

Para exemplificar o relato, cito o tempo gasto em espera de ônibus. Se um dado município apresentar elevado tempo médio de espera, pode-se dizer que o sistema de transporte coletivo desta localidade reduz a produtividade social, é um fator negativo sobre a qualidade de vida dos cidadãos e afeta o desempenho das unidades de produção.

Desenho de novas parcerias

Quando a Prefeitura assume a função de agente articulador das iniciativas e dos atores que serão integrados ao planejamento do desenvolvimento econômico local, cresce a importância das parcerias. Hoje tem-se assistido ao surgimento de parcerias nas mais diversas áreas, envolvendo múltiplos atores. Entre estes, cresce o envolvimento de empresas com interesse em parcerias para as ações do desenvolvimento local. Para estabelecê-las, é preciso mostrar claramente que a participação das empresas em um determinado programa irá produzir algum retorno em que elas também possam se apropriar. Podemos citar como exemplo: se uma grande empresa de sua região apoiar financeiramente várias escolas públicas, onde o índice de miséria e criminalidade sejam altos, ajudando na educação através dessas parcerias, e em constante diálogo com os diretores e pais de alunos, estes valores investidos poderão ser compensados com a redução da insegurança e da criminalidade no entorno da empresa, além de construir nestas escolas, talentos que possam vir a ser absorvidos pela própria empresa.

É muito importante que as parcerias estabelecidas tenham um alvo direto e bem definido, ou seja, clareza do problema central que se pretende minimizar ou eliminar, mas que se estendam pelo caminho mais amplo possível do processo em que este problema se insere. 

A identificação dos atores sociais envolvidos em todos os momentos desse processo é fundamental. Esses atores podem ser, além da própria Prefeitura local, do Governo Federal e do Estado, de ONGs, comunidades organizadas, instituições de pesquisas e formação, e claro as empresas do setor privado.

Vai se identificando os atores e suas capacidades de ação e interesses. Em um trabalho de articulação política, constrói-se um aparato institucional mais ou menos formal que dinamize essa relação que se pretende implantar; companhia de desenvolvimento econômico local, cooperativas, fundações comunitárias municipais e muitas outras formas.

No campo das parcerias, as ações desencadeadoras têm grande importância. São ações que agregam e abrem espaço. Além de realizar um determinado objetivo imediato, mudam atitudes, rompem inércias sociais e institucionais. Em algumas regiões os bolsões residenciais apresentam-se como fator desencadeador de uma série de ações no interior daquela comunidade. Com os problemas apresentados, como alta disputa por saúde, educação, emprego, lazer e outros equipamentos de primeira necessidade, a solução para assegurar o objetivo de amenizar ou sanar estes problemas, será necessário estruturar um sistema de funcionamento preciso, com alto grau de governabilidade. Em vez de usar somente a máquina pública, a Prefeitura estabelece criteriosas parcerias, identificando como dito acima, o, ou os parceiros adequados.

E não querendo ser repetitivo, relembro uma frase aqui já expressa por mim algumas vezas... "Para se desenvolver um local, primeiro é preciso desenvolver as pessoas".

PS.: Aproveito para saldar e dar as boas-vindas para nossos novos colunistas Eduardo Carolino, Kátia Metzker e Gabriel Wirz, que muito nos ajudará a fazer deste conceituado espaço, um novo vício para nossos leitores.

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Apesar de todo pessimismo que as mídias convenientemente alardeiam em relação ao Brasil, a verdade é que estamos vivendo um momento fantástico para quem quer ver mudanças positivas. Há sinal muito forte, e em breve será mais do que isso. Digo pela evidência clara da aceleração do crescimento que já se avista.

Nossa crise não é financeira. Haja vista o alto volume de dinheiro desviado, a forma e os valores a todo momento noticiado pelos veículos de comunicação. Dinheiro tem! Nossa crise é política, e criada pelos políticos, que para resolução, nos envolve a todos, sobre tudo e principalmente, para o pagamento das despesas geradas pela crise produzida. E o custo para se manterem no poder, é imensamente maior do que os desvios já detectados.

Não haverá aumento nos preços de combustíveis e de outros produtos que conseguirá atender a demanda financeira, que necessitam estes atuais provedores do direito de nos governar, para se manterem no poder. Até porque, aqueles que podem compactuar para se perpetuarem, são tão corruptos quanto, e cobram muito caro para isto. Portanto, nos resta apenas, eliminá-los. 

Fiz este paralelo, para um melhor entendimento da evidencia do crescimento. Como podemos acreditar em crescimento, diante de todo este imbróglio político em que está passando nosso país? Diante de tanta confusão, o setor produtivo e de serviços, a partir do início do processo de impedimento contra a então presidente Dilma Vana Rousseff, retraiu e passou a aguardar o desfecho deste processo, para então ter a certeza de qual caminho seguir.

Passado o processo de impedimento, novos acontecimentos vieram à tona, e foi chegado a conclusão, que se trata de algo "infinito e eterno" e que ficar parados os levariam à estagnação financeira. Daí... A necessidade do recomeço!

Está aí a grande evidência. Está aí a grande oportunidade de nos prepararmos, enquanto gestores públicos municipais, e sairmos na frente para a busca destes investidores, que já começaram a manifestarem interesse em expandir seus negócios. 

Ribeirão das Neves nos últimos anos, tem priorizado até aqui, investimentos nas áreas habitacionais e de comércio, que são negócios de investidores que se instalam nos locais, para explorarem o potencial consumidor, e que apesar de gerar empregos, não geram riquezas. Trazem mercadorias, deixam os problemas e levam o dinheiro para outras localidades.

É preciso reinventar a forma de ocupação territorial do município. Áreas nobres não podem mais dar lugar para especulação imobiliária. É preciso ocupá-las com investimentos do setor
produtivo industrial, que produzirá aqui, mandará os produtos para fora, e trará o dinheiro das outras localidades para nossos cofres, fortalecendo a geração de trabalho emprego e geração de rendas. 

"Temos de aprender a gerar riquezas. Temos de parar de gerar pobrezas". Insistimos em repetir os vários fatores que favorecem a negociação com estes investidores, para que os mesmos se instalem aqui em Ribeirão das Neves. Ainda temos grandes extensões territoriais disponíveis, com uma topografia favorável, e com preços ainda bem competitivos, situadas em privilegiada posição geográfica, muito próximo do aeroporto internacional, e cortado pela BR-040. Temos ainda um grande contingente de mão de obras sendo exportado para os nossos
circunvizinhos, por falta de oportunidades no local. O que precisamos é de uma metodologia (que neste particular, quer dizer... "estudo detalhado e exato de toda ação que deverá ser desenvolvida para se chegar a um determinado fim"), que nos possibilite o reconhecimento aprofundado de nossas potencialidades, quais os incentivos fiscais existentes, quais as áreas institucionais disponíveis, qual a vocação de cada localidade, etc. 

Não podemos esquecer, que apesar de todos os fatores favoráveis apresentados, Minas Gerais conta com outros 852 municípios a busca destes mesmos investidores. Então, teremos de convencê-los do porquê de se estabelecerem aqui e não em outra localidade. Teremos de vender a “belezura” do nosso município. Este, é o papel do executivo municipal.

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Venho participando de vários seminários disponibilizados pela Associação Mineira dos Municípios (AMM) e tendo a oportunidade de acompanhar a forma de administrar de grande parte de chefes do executivo mineiros.

Com a crise política e financeira por que passa o País, a maioria das prefeituras têm se mobilizado a busca de alternativas que possam auxiliá-las no enfrentamento deste árduo e indesejado desafio.

No contexto atual, muitas prefeituras buscam ampliar seus canais de comunicação com a sociedade, estimulando o diálogo e fortalecendo sua participação nas definições das políticas públicas. Este procedimento de estreitar relações, poderá ser uma poderosa ferramenta para levar informações que possam fortalecer a compreensão e potencializar o entendimento dos contribuintes da realidade local. Com este procedimento, o gestor dará transparência em suas ações, e diminuirá a distância entre o poder público e o privado, gerando maior tranquilidade para suas tomadas de decisões.

Com uma visão espelhada no setor privado, essas prefeituras têm procurado qualificar sua administração, adaptando-se para o momento de turbulências, descredito, e principalmente falta de recursos financeiros. Com isto, eficiência e eficácia passaram a ser palavras de ordem nestas instituições, por compreenderem que não se conseguirá resultados diferentes fazendo a mesma coisa.

Métodos outrora de exclusividade do setor privado, tem sido amplamente agregado e implementado na gestão destas prefeituras.

Gestão por resultados, gestão de projetos, planejamento estratégico entre outras, passaram a ser práticas comuns, onde o chefe do executivo tem uma visão mais ampliada. Não cabe mais administrar por “achismo”.

Estas parcerias público/privado, tem sido uma demonstração fática do estreitamento desse limiar, e revelam-se como uma solução para os gargalos enfrentados na atualidade.

Na troca de experiencia, ganham todos, a administração pública ao modernizar suas práticas, acompanhar a inovação, buscar o cumprimento de metas e a excelência em todos seus aspectos; e a iniciativa privada ao inserir-se no mercado local, com foco na prestação de serviços, no desenvolvimento de um sentido social que pereniza a empresa e suas atividades, contribuindo para o desenvolvimento econômico.

Administrar as intempéries e pressões de todos os seguimentos da sociedade é uma tarefa complicada e árdua, mas se alcançado os resultados, será, sem dúvidas, muito gratificante.

Por isso, esses novos gestores compreenderam a necessidade de construir um diálogo com a sociedade, e divulgar suas ações, criando assim, uma sinergia entre a necessidade e a ação.

O papel destes atores, é o de identificar e criar oportunidades, propor soluções que melhorem as condições de vida da população, e criarem um ambiente favorável, que possam promover o desenvolvimento sustentável, e transformar os impostos em serviços públicos de qualidade.

Enquanto cidadãos, devemos sonhar e contribuir com estas transformações. Deveremos ser mais participativos, e entender que se o gestor apresentou seu nome para nossa apreciação para ser nosso representante, e nós o qualificamos através do voto para tal, é obrigação dele nos ouvir. Afinal ele representa nossos anseios, nossas necessidades, nossos sonhos de ter um lugar melhor para se viver. Mas para tanto, precisamos aprender a pensar coletivamente.

Teremos de ser a transformação que queremos.

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2018. Mais um ano eleitoral. Mais um ano em que o eleitor será submetido a mais uma missão, que é o desafio de escolher seus representantes no executivo e legislativo no âmbito estadual e federal. Mas escolher como, se os nomes que se apresentam nunca passam pela avaliação popular? Escolher como, se estes nomes são decididos para atender os interesses daqueles que comandam os partidos em detrimento dos interesses sociais dos cidadãos? Na verdade, hoje o eleitor não mais escolhe seu representante. O máximo que ele pode fazer é APOSTAR nos que parecem menos piores.

Mas mesmo assim, acredito estar nas decisões dos eleitores a mudança que tanto almejamos. E nas eleições passada, já sinalizou esta possibilidade.

Estive pesquisando e fazendo um levantamento sobre os resultados da última eleição. É notório que o eleitor já deu seu recado, mostrando-se indignado, descrente e desconfiado dos pleiteadores de cargos eletivos, desta feita a nível municipal.

As eleições de 2016, que elegeram prefeitos e vereadores, foram marcadas por números alarmantes. Após as ondas de protestos que tomaram conta do Brasil, os eleitores foram às urnas para apostar em representantes mais próximos. O número de votos brancos e nulos, além das abstenções, elegeria qualquer candidato que concorreu ao pleito. Situação que vem abrindo os olhos dos futuros pleiteadores destes cargos tão glamorosos e ostentadores.

Falando de forma bem sucinta a nível estadual, Minas Gerais, levou às urnas em 853 municípios, 12.817.154 eleitores. O que representou o total de 18,32% de abstenções. Somente 4 municípios foram submetidos ao segundo turno. Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora e Montes Claros.

Entrando em nossa particularidade, Ribeirão das Neves contava nas eleições de 2016 com 196.133 eleitores em condições de votar. Tivemos quatro candidatos disputando o direito de administrar o executivo. Os votos alcançados na soma dos quatro, foi de 125.576 votos, onde 70,557 dos eleitores não conseguiram ver em nenhum dos candidatos a prefeito qualidades suficientes para representá-los. A soma de votos nulos, brancos e abstenções de 70.557 superou os 68.656 votos alcançados pelo candidato eleito.

Tratando-se do poder legislativo do município de Ribeirão das Neves, é ainda mais preocupante (para os candidatos). Tivemos 107 candidatos(as) a vereador(a) disputando os 196.133 votos, espalhados em 536 seções. Somando os votos dos 14 candidatos eleitos, contabiliza-se 31.820 votos, enquanto que o número de eleitores que não conseguiram encontrar nos 107 candidatos disponíveis nas eleições de 2016, qualidades para representá-los, foi de 35.133. Ou seja, o número de abstenções, votos nulos e brancos par vereador da última eleição, elegeria mais de 14 candidatos a vereador, em números comparativos.

Para finalizar, no âmbito estadual verifica-se a seguinte realidade. Tivemos o maior índice de renovação das gestões, tanto nas prefeituras como nas Câmaras Municipais. Tivemos apenas 24% de prefeitos reeleitos. 37% dos próximos chefes do executivo municipal estarão em sua primeira gestão. 93% dos representantes são do sexo masculino e somente 7% serão representados por mulheres.

Baseado no que está exposto acima, podemos concluir que o eleitor terá um papel fundamental na transformação da forma como tem agido até aqui os nossos representantes. Se quisermos a mudança que tanto almejamos, teremos primeiro de mudar a nós mesmos.

Ribeirão das Neves, canteiro de oportunistas, que recebe candidatos do estado inteiro que se apresentam em épocas pré-eleições e que, após usar nosso município, desaparecem deixando os ÔNUS para a população, não podem mais ter a receptividade que sempre tiveram. Com aproximadamente 200 mil eleitores, não podemos mais ser tão incompetentes a ponto de não conseguirmos eleger alguém que decididamente nos represente. É incompreensivo estarmos ainda a mercê de líderes de outras localidades, onde o número de habitantes é menor que o número de eleitores do nosso município.

Se atentem. Se não fortalecermos o local, seremos sempre reclamantes. Dê seu voto de confiança para quem tem história e pertencimento com o nosso município. Por mais tentadora que seja a proposta advinda de candidatos que só querem de Neves, sem compromisso COM Neves, ignore. Repense! Qual Ribeirão das Neves você quer para se viver? Esta que não consegue escrever sua própria história sozinha, ou uma Ribeirão das Neves forte, independente que tem dentro do seu próprio local, atores capazes de conduzi-la para uma Ribeirão das Neves que sonhamos?

Pense! A mudança está em nossos votos.

A mudança está em nós!

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Nesta oportunidade estarei abordando um tema onde não tenho elementos estatísticos para me respaldar, já que não fiz nenhuma pesquisa antes de expressar minha humilde opinião, como também não sou estudioso da área.

O que direi aqui, estará respaldado apenas pelo acompanhamento diário que vejo no comportamento das pessoas do hoje, e cruzando as informações com a minha experiência de vida, que está por meses para completar 6 décadas.

Não estarei aqui, contestando, até mesmo porque sou bem receptivo às mudanças. O que tentarei, tem o objetivo único de expor meus pensamentos. Afinal, opinião é opinião, não necessariamente verdade absoluta. Cada um a absorve da maneira entende.

Tenho reparado que estamos hoje diante de uma geração muito triste. Inconscientemente, as famílias têm gerado uma espécie de "trabalho escravo infantil", com o agravante de ser legalizado. Utiliza-se o tempo das crianças com tudo. Música, línguas, esporte, computador, balé, isso e aquilo. Há tempo para tudo, menos para deixa-las exercerem o direito de serem crianças, de brincar. No meu entendimento está havendo um extermínio coletivo da infância. Estamos asfixiando o diálogo.

A modernidade tem levado a sociedade a se tornar um manicômio global, um grande hospital psiquiátrico.

Nota-se em nossas convivências diárias, e até através dos noticiários, que metade das crianças nunca trocou diálogo com os pais sobre quem elas são, quais seus conflitos, se há a angústia do bullyng. É raro hoje, o pai se dar conta que seu filho se sente diminuído entre seus pares. Vejo que é notório o sintoma da insegurança e uma elevação da baixa estima. Vivem mais de pesadelos do que de sonhos.

Tem de haver uma revolução sócio familiar. Os pais precisam aprender a falar de suas lágrimas, para quando ouvirem, seus filhos possam chorar as deles. É uma forma de ensiná-los a ter resiliência, palavra hoje na moda, mas de muita pertinência.

Se os pais não repassam, não transferem sua biografia para seu filho, tem grande chance de estar gerando um jovem frágil, dependente e de pouco iniciativa.

Hoje estamos trocando alguns valores. Estamos presenteando demais e viciando o córtex cerebral dos filhos, e isso os leva a precisar muito mais para sentir migalhas de prazer. É preciso aprender a ensinar a sonhar, a valorizar aquilo que o dinheiro não pode comprar. Excesso de estímulos, de presentes, fazem com que o cidadão, seja criança, adolescente e até adulto, volte-se para fora e não para dentro de si mesmo. Com isto têm grandes dificuldades de se interiorizar, trabalhar perdas e frustrações e pensar antes de agir.

Entendo que é preciso mudar a "era da informação" (com toda sua importância) para era do "EU" como gestor da mente humana. Temos que destruir esta era do bombardeamento do córtex cerebral para era do desenvolvimento das habilidades sócio emocionais. É preciso ensinar as crianças a terem sonhos, não desejos. Desejos são intenções superficiais, sonhos são projetos de vida.

Este tema nos remete a demoradas reflexões, portanto, deixarei de expor muitas coisas que gostaria de compartilhar, e finalizo dizendo que será necessário aprendermos a organizar a vida, priorizando o que realmente é importante e palpável. Somos rápidos em responder, mas não questionamos nossas convicções antes de falar. Entendo que definir o que é importante nos traz benefícios tanto no presente como para o futuro.

A exigência, a paranoia pelo sucesso a qualquer custo e a compulsão de ser o número um, tem destruído as relações e transformando as pessoas em escravos do triunfo.

Quem está inserido neste contexto, tem muito mais dificuldades para lidar com as perdas, administrar as decepções, refletir sobre suas falhas. É preciso ter a consciência de que a vida é cíclica, não há sucesso que dura para sempre, e nem fracasso que seja eterno.

Ser diferente, é saber acreditar, duvidar, criticar, ouvir e determinar.

Só assim será possível gerenciar a ansiedade, tornando sua qualidade de vida saudável diante das intempéries da vida.

Então; tentemos resgatar estes valores ora esquecidos!

 

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Sempre que utilizo este valioso espaço para externar minhas opiniões, o faço na expectativa de reforçar o pensamento das pessoas, de que se queremos mudanças, precisamos primeiro mudar nossos comportamentos, nossas atitudes. Neste particular, não estou falando de forma regionalizada, pois me refiro aos acontecimentos de todo o país, e que tem a cada dia nos mostrado que, quando o PODER infiltra no cérebro das pessoas, as transformam de tal forma, a deixa-las cegas, capaz de enfrentar quantos "Golias" forem necessários para se manterem donos do poder e do povo.

Já disse algumas vezes, que no meu entendimento, o que leva e deixou o país na situação de calamidade em que se encontra em todas as esferas, é a relação de “amizade e proximidade” entre os poderes. Esta amizade e proximidade, possibilitam nas caladas da noite, estes acordos que vimos e ouvimos a todo o momento nos noticiários. Os poderes que tem a função de fiscalizar, na verdade não julgam mais os fatos, mas sim AS PESSOAS. Um mesmo crime cometido, recebe tratamento e punições (ou não) dependendo de quem for o autor. O crime é irrelevante, o que interessa, é quem o cometeu.

Isto ficou evidente no episódio Renan Calheiros. Ficou claro a influência exercida por ele frente ao Superior Tribunal Federal. Ministros complacentes tiraram-no da "AREIA MOVEDIÇA", impedindo que o mesmo se afundasse. Um desserviço à nação.

Foi um atropelo, um deboche, uma demonstração de forças sem precedentes que ridicularizou o País e a constituição.

Como bem expressou a revista ISTOÉ em uma de suas páginas, "O CONGRESSO FICOU NA CONDIÇÃO DE PICADEIRO, E O POVO BRASILEIRO DE PALHAÇO NA PLATÉIA A ANIMAR O ESPETÁCULO".

Mas este episódio reforçou o que o povo brasileiro já compreendeu, e deu um certo aviso nas eleições municipais, através das urnas. A mudança decididamente não está nos políticos. A mudança está nas mãos do povo. Grande parcela já reagiu, já se manifestou nas ruas, mas temos de atingir e massagear o sentimento de um maior número de pessoas possível, tal e qual aconteceu nas manifestações da "DIRETAS JÁ".

Temos de deixar claro que nenhum destes políticos eternizados no poder, e que hoje se esforçam para nos destruir como cidadãos e corroem nossas dignidades, não nos representam mais. Se eles não abrem as mãos do poder, tiremos-os nós! E a ferramenta que temos para exterminá-los, é não os eleger mais. Chega de "FULANO PAI, FULANO FILHO, FULANO NETO". Chega de viciados no poder.

Não reeleja nem parente, nem irmão. Talvez seja esta a única esperança. Talvez seja este o caminho da mudança.

 

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