"Os sinais apontam para mais um ano de crescimento econômico bem aquém do necessário. A produção industrial cresceu apenas 0,7% em fevereiro sobre janeiro, quando havia recuado 0,7% sobre o mês anterior. A taxa de desemprego voltou a subir atingindo 13 milhões de pessoas e os índices de confiança têm recuado. A expectativa gerada de que a eleição de Bolsonaro, com promessas de uma agenda liberal, iria destravar a atividade econômica, não tem ocorrido na velocidade que o mercado esperava. Até agora, de concreto, só os leilões de aeroportos e ferrovias que tiveram elevados ágios sobre os preços inicialmente propostos".
Fonte: Revista Conjuntura Econômica | Abril de 2019
Nota-se em quase todas as regiões do Brasil que as prefeituras, o setor privado e a sociedade civil estão à procura de melhores formas de alcançar o desenvolvimento econômico local.
Isso se deve ao fato de que os governos locais lidam com reformas democráticas cada vez mais frequentes. O significado dessas mudanças é que os cidadãos e os governos locais agora lidam com desafios imensos, e terão maiores responsabilidades para trabalharem juntos com o objetivo de abordar a saúde econômica dos municípios e o sustento de seus cidadãos locais, em que muitos dos quais podem estar sub ou desempregados e vivendo na pobreza.
Ao tomar conhecimento da realidade nacional, conforme o trecho da matéria da Revista Conjuntura Econômica, conscientizamos de como é desafiador responder a essa demanda e ajudar o executivo e os variados parceiros no setor privado, a lidar com essas questões. Alcançar um crescimento econômico e manter-se competitivo já é, por si só, um desafio sério. Garantir que os benefícios do crescimento se propaguem amplamente a fim de que o desenvolvimento seja inclusivo e que produza impacto na qualidade de vida de todos os cidadãos representa um desafio ainda maior.
A questão, portanto, é não só como tornar o crescimento econômico uma realidade em nosso local e comunidades, mas como garantir que o crescimento beneficie os marginalizados e os pobres. Isso requer que o Desenvolvimento Econômico Local (DEL) seja estabelecido com firmeza em uma estrutura mais ampla de desenvolvimento local sustentável. Por sua vez, isso demanda uma abordagem estratégica, que implica uma consideração cuidadosa das diversas relações custo benefício, além de implicar escolhas difíceis.
Também requer o aproveitamento e a mobilização de capitais locais humano, social e financeiro em direção a visão, objetivos e metas comuns que a comunidade aspira alcançar. Isso é possível somente quando os vários interessados e atores unem forças para fazer uma diferença na qualidade de vida de suas cidades e assentamentos. Teremos de tratar o Desenvolvimento Econômico Local, em torno desses princípios. Enquanto há muitas ferramentas e melhores práticas no campo do desenvolvimento econômico local, estabelecê-los em uma estrutura institucional local de governo e de agenda de desenvolvimento permanece como desafio principal.
As ações da sala do empreendedor, trabalharão para diminuir esse descompasso, e aumentar o papel das autoridades locais, oficiais eleitos e seus colaboradores, guiar e estimular o desenvolvimento econômico local para benefício de seus cidadãos.
Para que o DEL seja bem sucedido, os líderes locais e os profissionais do desenvolvimento econômico precisam ter acesso a uma variedade de ferramentas, ideias e experiências que lhes permitam abordar estrategicamente suas questões mais complexas em nível local. Desafios locais requerem soluções locais.
Acreditamos que o planejamento estratégico para o DEL seja uma ferramenta pragmática e poderosa que ajude significativamente a resolver questões locais. Esta ferramenta oferece, no mínimo, uma maneira de aperfeiçoar a interação necessária entre os variados setores do governo, empresas, e parcerias em geral.
Se bem feito, oferece uma maneira de esclarecer as vantagens competitivas, identificar as oportunidades cooperativas, elaborar opções inovadoras, e gerar as estratégias mais adequadas para as prioridades locais. O sucesso primordial e a realização desses resultados, no entanto, dependem da criatividade dos estabelecimentos e das autoridades locais, instituições de treinamento, operadores do setor informal, empresas e organizações da sociedade civil para adaptação das ferramentas às realidades locais, e do uso desta série de experiências acumuladas como documento vivo, enriquecendo as informações para novas compreensões, conhecimento e experiências de nossos sucessores.
Quando falo de DEL, baseando nas particularidades do nosso município, Ribeirão das Neves enfrenta um desafio ainda maior. Sem o cuidado necessário no passado em criar uma vocação específica para nos nortear, com uma ocupação desordenada de áreas nobres permitidas por várias gestões, com um crescimento demográfico incompatível com a realidade financeira do município, com os paradigmas de “Cidade dormitório”, “Cidade dos Presídios”, o local tornou-se menos atrativo em relação aos circunvizinhos.
O governo do estado, principal responsável pela poluição da imagem do nosso município, alojando aqui, mais de 10 mil hospedes carcerários, que disputam todos os equipamentos ofertados aos contribuintes pelo poder público, sobretudo na área da saúde, tem nos negado severamente os devidos reparos, incluindo nestas negativas, a parceria para implantação de um polo industrial, no terreno às margens da BR-040, doado ao município em 2006 e revertido ao Estado em 2016 pela gestão 2013/2016.
Para driblarmos todos estes dificultadores, e atrairmos novos empreendedores, fora dos seguimentos “comércio e serviços e habitação” teremos de criar um AMBIENTE FAVORÁVEL. E para criarmos este “ambiente favorável” precisamos de espaço e recursos financeiros. Como dito acima, os espaços nobres já estão subutilizados, enquanto que os recursos, teremos de usar da habilidade e da criatividade para consegui-los.
Mas tenho fé, e vamos continuar lutando por isso.