A Comissão Especial de Licitação do Sistema Penitenciário considerou apta a proposta econômica do Consórcio Gestores Prisionais Associados (GPA) para construir e gerir, em sistema de Parceria Público-Privada (PPP), um complexo penal na Região Metropolitana de Belo Horizonte com capacidade para cerca de três mil vagas prisionais. O projeto integra o Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Prisional e traz inovações no modelo de gestão penitenciária. O plano é executado pela Secretaria de Defesa Social em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, por meio da unidade de PPP.
A proposta no valor de R$ 74,63 pela vaga/dia disponibilizada e ocupada em unidade penal de regime fechado, foi apresentada, nesta terça-feira (3). Os envelopes com os documentos de habilitação serão agora analisados e julgados internamente e seu resultado será publicado no Minas Gerais, o Órgão Oficial do Estado.
O Consórcio GPA, formado por empresas que já possuem experiência em administração prisional, segurança, ressocialização e construção de unidades penitenciárias, foi o único pré-qualificado na primeira etapa do processo licitatório. Para que o consórcio seja aprovado, a documentação necessita estar de acordo com os termos do Edital. Qualquer falha na documentação implica a desclassificação do consórcio e a licitação ficará sem efeito.
Critérios
O Complexo Penal da RMBH deverá ser construído na Zona Norte do município de Ribeirão das Neves e o contrato terá vigência de 27 anos, sendo dois dedicados à construção dos prédios e o restante à sua operação. Durante a construção serão gerados mais de 500 postos temporários de trabalho. Na fase de operação, estima-se a criação de cerca de 1.500 novos postos de trabalho.
A meta do Estado é aliviar a pressão existente hoje sobre o sistema carcerário, com a criação de três mil vagas para sentenciados do sexo masculino que cumprem pena nos regimes fechado e semi-aberto. O processo de licitação prevê que o participante apresente o projeto arquitetônico para o complexo, observando os critérios mínimos definidos no edital e na Lei de Execução Penal (LEP).
O parceiro privado ficará responsável pelo financiamento e construção da obra e pela manutenção e sua execução pelo período de vigência do contrato. Será responsável pela operação de serviços, como atividades educativas e de formação profissional, fornecimento de refeições, tratamento de saúde, atendimento psicológico e assistência jurídica aos presos.
Todas essas atividades deverão ser geridas dentro dos padrões de operacionalidade e adequada gestão dos internos, otimizando o uso dos recursos públicos e contribuindo para aumentar a taxa de reintegração social dos sentenciados. Itens como higiene, iluminação, segurança, programas de ressocialização de presos, incluindo a educação e o trabalho, por exemplo, serão periodicamente avaliados.
O projeto não prevê a transferência da gestão da segurança para o concessionário. Toda intervenção coercitiva junto aos internos permanecerá sob a responsabilidade do Estado. Os agentes de monitoramento contratados pela concessionária para acompanhar as atividades internas do complexo não poderão usar armas. Permanecerá sob a responsabilidade do Estado o transporte dos sentenciados e a segurança externa e das muralhas. Um agente público será nomeado diretor das penitenciárias e ficará encarregado pela coordenação e pelas medidas de segurança das unidades.
Agência Minas