Uma reportagem do jornal O Tempo mostrou a situação da Delegacia de Plantão de Ribeirão das Neves. Visivelmente sucateada, a unidade não tem computador, impressora nem telefone. Já na entrada é possível ver o vidro da porta quebrado, além de móveis velhos e sem condições de uso. Não há lugar para guardar os materiais apreendidos, que ficam jogados na chuva.
Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), ela é a pior unidade da região metropolitana considerando a infraestrutura. Mesmo assim é a única que funciona na cidade aos fins de semana e durante as madrugadas. A unidade atende ainda o município de Esmeraldas. A delegacia recebe de 50 a 100 pessoas por dia e, em uma noite, são mais de cinco flagrantes.
O Sindpol informou que já foram feitas inspeções no local e que a entidade cobrou uma solução da chefia da Polícia Civil. No início deste mês houve um incêndio na delegacia provocado por uma provável pane elétrica que destruiu centenas de inquéritos. Vazamentos hidráulicos e gambiarras elétricas estão espalhados pelas salas.
Obra
A Polícia Civil informou, por meio da assessoria de imprensa, que a delegacia passará por uma reforma a ser concluída até abril do ano que vem. O prédio, de 1994, é de propriedade da Prefeitura de Ribeirão das Neves, que renovou, em agosto passado, a concessão do imóvel à polícia por mais 20 anos.
Enquanto as prometidas obras não saem, os servidores trabalham desanimados e com medo. A segurança também é uma grande preocupação deles. As armas ficam em um armário velho, sem proteção. "Já recebemos ameaças de invasão. Trabalhamos aqui sem condições. A Polícia Militar tem nos dado apoio", disse um servidor, que pediu para não ser identificado.
Nesta quarta-feira (28), um preso fugiu da delegacia durante a madrugada. Ele era suspeito de roubar uma carga de eletrodomésticos. "O prédio é um galpão improvisado, não tem condições de abrigar uma delegacia. A situação lá é uma das mais críticas do Estado. Alguns policiais foram afastados porque o estresse é enorme", disse o presidente do Sindpol, Denílson Martins.