Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: “Pai, começa o começo!” O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil para as minhas mãos pequenas. Sorridente ele sempre acabava descascando a fruta toda para mim. Mas outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir do primeiro rasgo que ele havia feito.

Meu pai me deixou há muito tempo, e há anos (muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ao meu lado, para pelo menos “começar o começo” de tantas cascas duras que tenho encontrado pelo caminho.

Hoje minhas “tangerinas” são outras.

É necessário descascar as dificuldades do trabalho, os obstáculos das relações com amigos, os problemas familiares, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar a realização e felicidade dos filhos, ou o enfrentamento difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.

Tem ocasiões, que minhas “tangerinas” transformam-se em abacaxis enormes. Lembro-me então que a segurança de ser atendido por meu pai quando lhe pedia para começar o começo, era o que me dava à certeza de conseguir chegar até o último pedacinho da casca e então saborear a fruta.

O carinho e atenção que sempre recebi do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, nosso Pai do céu, que nunca morre e sempre está ao nosso lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do céu, é eterno e que seu amor é a garantia das nossas vitórias.

Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: “Pai, começa o começo”.

Não sei que tipo de dificuldade eu e você estaremos enfrentando ou encontraremos pela frente neste novo ano. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir sempre que for necessário: “Pai, começa o começo!”.

UM NATAL CHEIO DE PAZ E ALEGRIA, A TODOS! E QUE O ANO NOVO VENHA CHEIO DE LUZ!

FELIZ NATAL!!!

Dia desses, uma amiga querida me enviou uma mensagem que me tocou sensivelmente. Tomei a liberdade de transcrevê-la porque sei que certamente vai tocar outras pessoas e leva-las a refletir.

Charles Plumb, um piloto norte americano, teve seu avião derrubado durante a guerra do Vietnã. Foi capturado e passou seis longos anos numa prisão norte vietnamita. Ao regressar para casa, passou a dar palestras relatando tudo que passara e aprendera na prisão.

Certo dia, estando num restaurante, foi cumprimentado por um homem:

" Olá, você é Charles Plumb, o piloto que foi derrubado no Vietnã, não é mesmo?"

" Sim, como sabe?" Perguntou Plumb.

" Era eu quem dobrava seu para-quedas. E acho que funcionou bem, não é verdade?"

Plumb surpreendido e cheio de gratidão respondeu: " Claro que funcionou, do contrário não estaria aqui hoje."

Naquela noite Plumb não conseguiu dormir, pensando e perguntando-se:

" Quantas vezes vi aquele homem no porta aviões e nunca lhe dei um bom dia? Eu era um pilôto muito arrogante e ele um simples marinheiro." Pensou tambem nas horas que o humilde marinheiro passou no barco, enrolando os fios de sêda de vários para-quedas, tendo em suas mãos a vida de alguem que não conhecia.

Atualmente Plumb inicia suas palestras perguntando a sua platéia: " Quem dobrou teu para-quedas hoje?"

Todos temos alguem cujo trabalho é importante para que possamos seguir adiante. Precisamos de muitos para-quedas durante o dia: um físico, um emocional, um mental e até um espiritual.

Às vezes, nos desafios que diariamente a vida nos mostra, perdemos de vista o que realmente é importante e as pessoas que nos salvam no momento oportuno, sem que lhes tenhamos pedido.

Deixamos de cumprimentar, de agradecer, de felicitar alguem, ou simplesmente de dizer algo amavel.

Proponho hoje, esta semana, este ano e nos próximos, cada dia, dar-nos contadaqueles que preparam nossos para-quedas, e agradecer-lhes.

Ainda que nada tenhas de importante a dizer, envia esta mensagem a quem cuidou do teu "para-quedas" alguma vez. Manda também aos que não o fizeram.

Em tempo; no próximo dia 19/11, estarei lançando na Leitura MegaStore do Shoping Cidade, ás 16:00 horas, meu segundo romance, No Engenho da Conceição. Ficarei grato e honrado com a presença de todos os amigos(as), amantes e simpatizantes da literatura.

Talvez não seja do conhecimento de todos, mas sabe-se que Portugal não mandou para cá, logo após o descobrimento, os melhores de seus cidadãos. Com raras exceções, a maioria tinha histórico não muito lisongeiros relativos à moral e à honestidade. A bem da verdade, nos primeiros duzentos anos vieram às levas de imigrantes ricos,  cristãos novos, ciganos e degredados, estes últimos, juntamente com os "aristocratas" aventureiros e vigaristas, instalados no governo e na governança, deram início às práticas espúrias. No entanto, a corrupção se instalou de vez com a chegada da côrte de D. João VI ao país. Já são bem mais de duzentos anos de corrupção desenfreada, o que antes, apesar de sabido, era feito de forma velada, hoje tornou-se escancarado e só tem aumentado.

De várias formas e modalidades, os conchavos, engôdos, caixinhas e desvios de dinheiro público, tornaram-se práticas corriqueiras e raramente os responsáveis por essas ações escabrosas, são punidos com penas proporcionais ao delito e a devolução dos valores, mormente se os envolvidos militarem na política.

A cerca de uma semana, fui surpreendido com um e-mail na minha caixa, fazendo uma denúncia, que me deixou de veras indignado, mesmo porquê envolve uma instituição do governo com mais de 150 anos. Sabemos o quanto o povo brasilero é pacífico, de boa índole e propenso a acreditar sempre e por isso mesmo é ludibriado na sua boa fé, tornando-se presa fácil dos espertalhões governamentais ou não. Brasileiro adora futebol, carnaval e jogo. Toda semana milhões de brasileiros fazem suas apostas nas diversas modalidades de jogos, que são gerenciados pela CEF, é lotomania, quina, lotofácil, mega sena, etc, sendo que o último é o carro chefe, o preferido dos apostadores. É tambem o que mais acumula e por isso o que paga os maiores premios, verdadeiras fortunas. Mas, alguém já se perguntou porquê acumula tanto?

Pois é, até tomar conhecimento das denúncias que estão circulando na internet, pensava que tudo era feito na maior lisura, ledo engano. Na verdade a PF desconfiou de fraude nos sorteios da mega sena e nas primeiras investigações, acabou descobrindo muita gente envolvida no esquema de manipulação dos resultados, entre elas, funcionários, auditores, muito peixe graudo ligado diretamente ao governo. Descobriu-se membros da quadrilha com 4 bilhões em contas nos paraisos fiscais. Quem tinha menos, tinha 8 milhões.

Isso é sacanagem com a população braileira, muitos deixam de comer pra fazer uma fézinha na vã esperança de ganhar. E o que é de admirar é que praticamente não houve divulgação, com exceção de uma vez na TV Record e outra na Band. Fora isso silêncio absoluto, certamente exigido pelo governo que não quer perder a bolada que fatura toda semana. A esculhambação nesse país não tem mais fim. Até quando vamos permanecer amarrados e amordaçados?

Em tempo: as informações foram veiculadas por: Dr. Wagner Di Gênova Ramos - Pavesio Advogados Associados, Tel: 55 11 4746 2513. Fax: 55 11 4743 3325.

Dia 23, na próxima sexta-feira, começa a estação mais colorida do ano, a primavera. Nesse período os jardins explodem em mil cores, é o momento em que as plantas que dormitaram durante o inverno despertam cheias de energia, rejuvenescem e alegram nossas vidas com suas folhas e flores multicoloridas e texturas diversas, fazendo a festa dos olhos. A primavera não é só apreciada por colorir a natureza, mas também por anteceder o verão, cujos três meses são esperados ansiosamente por todos que amam praias, cachoeiras e muito sol.

Sempre gostei da primavera, não só por ser a estação das flores, mas também porque é no período que a antecede que acontece a floração dos ipês, principalmente o ipê amarelo, para mim a árvore mais linda da natureza, quando florido. Não é a toa que grandes eventos quase sempre acontecem nessa época, e não estou falando do 11 de setembro não, mas de coisas bonitas, o show do Roberto Carlos, por exemplo, no próximo dia 27 no Mineirinho.

Foi também no primeiro domingo da primavera de 2004 que realizamos a primeira Exposição Popular de Artes, na praça de Neves. E quando digo realizamos, é porque fui um dos idealizadores do projeto, juntamente com Marco Antonio Barros e Alexandra Teixeira (que já não está entre nós, mudou-se para as estrelas). Juntos, com a cara e a coragem e ajuda de outros aficcionados pela cultura, sem praticamente ajuda nenhuma do poder público, a não ser a liberação do espaço, conseguimos fazer um evento lindo, cuja repercusão nos surpreendeu. Houve grande receptividade por parte da população, desacostumada de ver tais coisas no município e ainda por cima, na praça. Guardo orgulhosamente o livro de assinaturas com os elogios, críticas e sugestões.

Lembro-me que quando pedíamos para que assinassem e comentassem, as pessoas ficavam arredias e muitas não assinaram mesmo. Mesmo assim conseguimos duas centenas de assinaturas. Até o Sr. Walace Ventura, que na ocasião estava em plena campanha para o cargo de prefeito, deixou sua assinatura e promessa de que se ganhasse (ganhou), em sua gestão a cultura teria todo apôio e eventos como aquele teriam todo incentivo. Estamos esperando até hoje.

O mais importante é que a população viu e gostou, depois dizem que o povão não gosta de artes, pois sim. A lamentar apenas o fato de não termos conseguido repetir o evento como era nosso desejo. A falta de apoio soma-se também ao pouco interesse de nossos artistas. Administrar vaidades é complicado. Mas nem tudo pode ser dado por perdido, afinal e finalmente já temos uma secretaria de cultura, quem sabe agora possamos resgatar os projetos que ficaram esquecidos. Ou não? O ano que vem é de eleições. Vamos esperar até a próxima primavera.

"Devia ter arriscado mais, ter amado mais, devia ter visto o sol nascer. Devia ter complicado menos, trabalhado menos, devia ter visto o sol se pôr".

Essa canção dos Titãs traduz bem o que estamos deixando de fazer, ou melhor, deixando de viver no decorrer de nossas vidas. Nesse tempo de globalização e tecnologias avançadíssimas, onde tudo se cria e se inventa para induzir o ser humano a se tornar cada vez mais consumista, mais produtivo, mais comprometido com o que o Sistema quer, não levando em conta que não somos máquinas. Estão robotizando os homens, transformando-os em androides, sem vontade própria, sem atitudes condizentes com nossa essência de seres de luz, criados à imagem e semelhança do Onipotente, para sermos partículas relevantes desse complexo fantástico que é o Universo, e vivermos em comunhão e sintonia com tudo que foi criado, interagindo consciente e despretenciosamente, referendando que de fato somos parte dessa criação.

Em algum momento do tempo nos desgarramos e passamos a correr atrás de uma suposta "felicidade". Trabalha-se não para se ter o básico, o necessário, mas para se ter, possuir, adquirir, alcançar certo status social e descobrir após que o vazio que deveria ser preenchido com as posses, tornou-se maior e mais profundo.

Os valores, costumes, principios e tradições de nossos avós foram gradativamente esquecidos nas dobras do tempo. O Sistema perverso nos induz na direção que lhe é conveniente, somos manipulados como marionetes pela mídia hipócrita e direcionada.

Cada vez mais nos convencem que a felicidade consiste em ter o carro do ano, a casa no condomínio com piscina, quadra de tênis e espaço gourmet, mas não dizem que para se conseguir tais coisas, são necessários anos e anos de preparação em faculdades e ou institutos de ensino técnico, o que não é franqueado ao proletariado e mesmo entre os abastados que conseguem esse privilegio, boa parte acaba frustrada ao descobrir que o horizonte não está pintado da cor divulgada. A competição desenfreada na busca de um lugar ao sol, transforma o indivíduo num ser individualista e solitário e o insucesso que é mais frequente do que se imagina, acaba trazendo o stress, a depressão e as crises existencialistas, que se tornaram um mal coletivo, proporcionando a alegria de psicólogos, psiquiatras e analistas.

Hoje os pais estão preocupados em ensinar os filhos a serem ricos, quando deveriam ensinar a serem felizes. Acho que é chegada a hora de revermos nossos conceitos e valores, enquanto ainda nos resta um pouco de tempo.