Quem como eu, que vive em Ribeirão das Neves desde 1984, e resolveu traçar um parâmetro entre a Neves de trinta anos atrás e a de hoje, além de assustado, está certamente muito preocupado com o que tem visto e sentido pelas ruas e avenidas da cidade.
Moradores que fixaram residencia por aqui, entre o final da década de setenta e meados da década de oitenta, com certeza não esperavam o inchaço monumental da cidade e muito menos a invasão gigantesca de automóveis por todas as ruas no entorno do centro. Claro que todos sonhávamos com uma rua calçada, rede de esgôto, luz e água, essas coisas básicas pro bem viver. Nada de luxo, apenas sossego e uma tranquilidade que os bairros periféricos recém implantados ofereciam, já que Ribeirão das Neves, apesar da proximidade da capital, tinha todas as características de uma cidade do interior. Calma e pacata, quase preguiçosa. Foi justamente esse, um dos atrativos que me conveceram a fixar residencia aqui, junto evidetemente, com a falta de melhores condições financeiras para adquirir propriedade nos bairros da capital, cujos preços eram proibitivos para famílias modestas. Creio que a maioria dos que para cá vieram, também foram movidos pelas mesmas pespectivas. Esperávamos sim o progresso, mas não em troca da nossa tranquilidade e qualidade de vida.
Ribeirão das Neves não está, nunca esteve e nem se preparou para viver o papel de grande cidade, com todo o ônus que isso acarreta. As ruas da cidade não suportam e nem comportam o tráfego intenso e pesado, que vem aumentando assustadoramente. Não há pisos condizentes e nem passeios. Uma vergonha.
E o pior é que a situação está se estendendo para os bairros mais próximos, que acabam sendo uma extensão do centro, tão acanhado, um exemplo é o Sevilha B, em cuja artéria principal, em determinados horarios, o transito é intenso, tornando sua travessia uma ameaça, principalmente para as crianças.
É necessário e urgente que se faça alguma coisa, o que não pode é a população e a cidade continuar a ser penalizadas pela ausência de interesse e omissão dos orgãos que detem o poder no município. É preciso que se implante políticas públicas que contemple os interesses da cidade e do cidadão. Estão nos devendo!