Dia 23, na próxima sexta-feira, começa a estação mais colorida do ano, a primavera. Nesse período os jardins explodem em mil cores, é o momento em que as plantas que dormitaram durante o inverno despertam cheias de energia, rejuvenescem e alegram nossas vidas com suas folhas e flores multicoloridas e texturas diversas, fazendo a festa dos olhos. A primavera não é só apreciada por colorir a natureza, mas também por anteceder o verão, cujos três meses são esperados ansiosamente por todos que amam praias, cachoeiras e muito sol.
Sempre gostei da primavera, não só por ser a estação das flores, mas também porque é no período que a antecede que acontece a floração dos ipês, principalmente o ipê amarelo, para mim a árvore mais linda da natureza, quando florido. Não é a toa que grandes eventos quase sempre acontecem nessa época, e não estou falando do 11 de setembro não, mas de coisas bonitas, o show do Roberto Carlos, por exemplo, no próximo dia 27 no Mineirinho.
Foi também no primeiro domingo da primavera de 2004 que realizamos a primeira Exposição Popular de Artes, na praça de Neves. E quando digo realizamos, é porque fui um dos idealizadores do projeto, juntamente com Marco Antonio Barros e Alexandra Teixeira (que já não está entre nós, mudou-se para as estrelas). Juntos, com a cara e a coragem e ajuda de outros aficcionados pela cultura, sem praticamente ajuda nenhuma do poder público, a não ser a liberação do espaço, conseguimos fazer um evento lindo, cuja repercusão nos surpreendeu. Houve grande receptividade por parte da população, desacostumada de ver tais coisas no município e ainda por cima, na praça. Guardo orgulhosamente o livro de assinaturas com os elogios, críticas e sugestões.
Lembro-me que quando pedíamos para que assinassem e comentassem, as pessoas ficavam arredias e muitas não assinaram mesmo. Mesmo assim conseguimos duas centenas de assinaturas. Até o Sr. Walace Ventura, que na ocasião estava em plena campanha para o cargo de prefeito, deixou sua assinatura e promessa de que se ganhasse (ganhou), em sua gestão a cultura teria todo apôio e eventos como aquele teriam todo incentivo. Estamos esperando até hoje.
O mais importante é que a população viu e gostou, depois dizem que o povão não gosta de artes, pois sim. A lamentar apenas o fato de não termos conseguido repetir o evento como era nosso desejo. A falta de apoio soma-se também ao pouco interesse de nossos artistas. Administrar vaidades é complicado. Mas nem tudo pode ser dado por perdido, afinal e finalmente já temos uma secretaria de cultura, quem sabe agora possamos resgatar os projetos que ficaram esquecidos. Ou não? O ano que vem é de eleições. Vamos esperar até a próxima primavera.