Viver em grandes cidades, principalmente nas capitais, tem lá suas vantagens. Melhores condições de atendimento médico,(é questionavel pra quem depende do SUS, que é a grande maioria) melhores pespectivas educacionais,(também questionável para quem depende do ensino público) e muitas possibilidades de se conseguir bons empregos, seguir uma boa carreira profissional. Entretanto, perde-se muito em qualidade de vida, exceto os abastados, que são minoria.
Viver no interior é outra história. Não é necessario levantar-se às quatro da manhã pra ir trabalhar, muito menos encarar quatro horas(ida e vinda) num ônibus, projetado para conduzir cinquenta pessoas, mas que carrega oitenta ou mais, se vai pro trabalho a pé, fazendo uma bela caminhada e respirando ar puro. Na hora do almoço, come-se uma comidinha simples, mas de procedência acima de qualquer suspeita, e não em restaurantes, onde servem tudo cheio de conservantes,aditivos e corantes, que abreviam e muito a chegada da morte.
Conhecem uma feira livre, dessas que acontecem aos sábados e às vezes no domingo, nas cidades do interior? Uma beleza! Acha-se de tudo pra comprar, desde feijão, farinha e hortaliças até confecções ao gosto do fregues. Feijão, farinha e até arroz, direto do produtor, tudo fresquinho, sem conservantes ou qualquer outro tipo de maquiagem. Carnes frescas, de porco ou de boi, abatidos de madrugada, e não venham me dizer que é anti higiênico, pois posso perguntar: o que é pior, carnes de animais abatidos fora dos "padrões higienicos" ou as carnes que ingerimos cheias de corantes, aditivos, conservantes e o escambau? Nessas feiras livres, encontramos peixes frescos, colhidos do rio ao amanhecer, frutas maduras, colhidas no pé, hortaliças cultivadas nos sítios, sem nenhum resquício de agrotóxicos, galinhas e ovos caipiras, cujom sabores não se compara com ovos e esses frangos branquelas, de granja, com os quais nos empaturramos toda semana.
Barracas de um lado e do outro da rua, expõem os produtos que são descritos e oferecidos alegremente pelos barraqueiros e produtores, carnes de sol, das mais variadas, ali ao vivo e a cores, biscoitos de polvilho, requeijão amarelinho e cheiroso, bejús, tapiocas,etc. Carnes são vendidas no quilo, como aqui, peixes também, mas as vezes é por tamanho, negociados na hora, ali,olho no olho. Já os cereais, inclusive farinha, é quase sempre no litro. Frutas como banana e laranja, é na dúzia, manga e mamão é unidade ou bacia, maxixe e quiabo também é na baciada. Tem coisa melhor? Tudo muito democrático, pobres e "ricos", muita prosa, muita alegria. Tem até música ao vivo, pra gente apreciar, enquanto toma uma bicada e tira o gosto com carne de sol assada. Sabe de uma coisa? Eu vou é voltar pro interior e pronto.