Num país como o nosso, tão carente de líderes legítimos, tão carente de herois, não é de se admirar, avaliando a evolução feminina na sociedade, que uma professora nordestina (tinha que ser nordestina, né?) com menos de dez minutos de fala, tenha se transformado na heroina de todas as mulheres brasileiras e dos homens também, os inteligentes, claro. Amanda Gurgel expôs com ousadia e sem medo, não os problemas pelos quais passa a educação pública no país, pois isso é do conhecimento geral, mas sim a omissão descarada, o fingir que se está fazendo alguma coisa a respeito. De forma contundente e injuriada, diante de uma bancada de parlamentares de seu estado (RN), inclusive da Secretária de Educação de Natal, ela desnudou toda a hipocrisia com a qual é tratada educação, não só no seu Estado mas em todo o país, e olha que ela nem chegou a falar de violência e agressões.
"Os senhores deveriam se sentir constrangidos" disse ela. Não vão se sentir não , Amanda. Esse sentimento de vergonha é próprio de pessoas que desde a infância pautam suas vidas, tendo como embasamento, valores e principios nobres, como ética, honradez, generosidade e compromisso, o que não é o caso da maioria dos nossos políticos, infelizmente. Eu sei o quanto às vezes é ultrajante a vida dos professores (as) pois tenho uma filha professora, formada em História (atualmente fazendo pós, na UFMG), sei o quanto é humilhante para aqueles que não são concursados, e são milhares, mendigar todo início de ano, algumas aulas que lhes possa dar condições de sustento e de prosseguir na profissão que escolheram, mesmo sabendo as condições e estruturas precárias da rede escolar pública. Muitos desistem do sonho por se sentirem desmotivados, o que é perfeitamente compreensivel.
Você Amanda Gurgel, lavou a alma de milhares de colegas por esse Brasil afora, mostrou que tamanho não é documento ao calar com palavras, convicção e coragem, um magote de marmanjos, que ouviram o que precisavam ouvir. Certamente que esse é um exemplo pra ser seguido.
Êta mulher arretada! Sou seu fã, viu?