Olá, amigos! O post de hoje aborda o uso das reticências, aqueles três pontinhos tão comuns na linguagem escrita e amplamente utilizados na comunicação informal das redes sociais.
As reticências devem ser usadas nas situações seguintes:
1) Ao interromper um pensamento, sugerindo ao leitor subentender ou imaginar o que seria enunciado a seguir. Assim:
a) Maria me disse que não queria, mas...
b) Aquilo não teria acontecido se... você sabe.
2) Para indicar hesitações (dúvidas) comuns na oralidade:
a) Daí Maria pegou... pegou... como se diz mesmo... uma boina.
b) Não sei se você vai, mas... mas... não sei... penso que será muito bom!
3) Em trechos suprimidos (ocultos) de um texto:
a) (...) não existe texto incoerente em si, mas texto que pode ser incoerente em/para determinada situação comunicativa. (...) (Ingedore Villaça – A coerência textual)
b) (...) Dada a gravidade dos acontecimentos, em um último gesto, Collor reivindicou que a população brasileira saísse às ruas com o rosto pintado de verde e amarelo, em sinal de apoio ao seu governo. Em resposta, vários cidadãos, principalmente estudantes, passaram a sair nas ruas com os rostos pintados. Além do verde amarelo, utilizaram o preto em sinal de repúdio ao governo. Tal movimento ficou conhecido como “Caras Pintadas”. (…) (Rainer Sousa – “O fim do governo Collor”)
4) Para transmitir mais emoção e subjetividade para quem lê:
(...) 'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas... (...)
(Navio Negreiro – Castro Alves)
Abraços e até a semana que vem!