A manhã deste sábado (17) foi de tumulto e revolta na porta de dez unidades prisionais do estado por causa da paralisação dos agentes penitenciários. A greve por tempo indeterminado, segundo o Sindasp, o sindicato da categoria, atinge cerca de seis mil funcionários da segurança pública estadual. Além dos presídios da Grande BH, também houve manifestações em Ipatinga, no Vale do Aço, Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Mesmo com 30% dos agentes trabalhando, como determina a lei, as visitas de familiares aos presos foram suspensas em alguns presídios, o que causou problemas. Na Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, os detentos atearam fogo nas celas e houve feridos, nenhum em estado grave. Eles foram atendidos no próprio ambulatório da prisão. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar o incêndio.
A greve dos agentes penitenciários ocorre um dia após a paralisação de advertência promovida por delegados e policiais civis do estado. De acordo com o diretor do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp-MG), Adeílton de Souza Rocha, os protestos, mesmo sendo separados, mostra a insatisfação dos responsáveis pela segurança pública em Minas. "Até que haja, por parte do governo, sensibilidade para discutir a pauta, vamos manter o indicativo de greve. Amanhã (domingo), as visitas também serão canceladas", afirmou.
A categoria reivindica, entre outras questões, reajuste de 40% do salário e o retorno do vale-alimentação.
Nota do governo
Em nota divulgada na manhã desta sábado pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), o governo informou que não houve suspensão das visitas aos presos. Afirmou também que os agentes, da mesma maneira que os policiais militares e civis e os bombeiros, tiveram, entre julho de 2004 e setembro de 2009, reajuste acumulado de 77,54% em sua remuneração básica.
A subsecretaria alega que, por causa da crise financeira mundial e da Lei de Responsabilidade Fiscal, nenhum aumento será concedido este ano. “Os agentes penitenciários que não assumiram seus postos de trabalho ou, por qualquer motivo, tenham colocado em risco pessoas e a segurança de unidades, tiveram seus contratos rescindidos irrevogavelmente, bem como foram abertos procedimentos administrativos para a apuração de desvios”, completa a nota.
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