A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) garantiu, em nota, que uma parte da primeira penitenciária do Brasil resultado de uma Parceria Público-Privada (PPP), em Ribeirão das Neves, será entregue em agosto. A previsão é concluir a primeira das cinco unidades do complexo, com 1.824 vagas.
Até o fim de novembro, mais outras duas unidades - uma para regime fechado e outra para semiaberto - devem estar em funcionamento e, no primeiro semestre de 2013, as últimas duas serão entregues, totalizando 3.040 vagas.
No entanto, a situação dos presídios mineiros continua a mesma: estão superlotados. São 15 mil pessoas encarceradas além da capacidade do sistema prisional. Um problema que está longe de ser resolvido. Em 2015, quando o governo tiver concluído o plano de construção de 11 presídios e de ampliação de outros quatro - aumentando o número de vagas de 28 mil para 37 mil - o déficit ainda estará na casa dos 11 mil. A conta leva em consideração a absorção de 2.000 presos por ano, em média.
Para especialistas em segurança pública, o governo estagnou os investimentos nos últimos dois anos e deixou a situação fora de controle, com celas abarrotadas e propícias a rebeliões. O ex-subsecretário de Estado de Defesa Social Luis Flávio Sapori afirma que o problema da superlotação é um gargalo para as operações policiais. "A falta de vagas pode, inclusive, diminuir as ações das polícias, porque chega uma hora em que não se tem onde colocar os presos".
A presidente do Grupo de Amigos e Familiares de Presos, Maria Tereza dos Santos, tem autorização judicial para fazer inspeções nos presídios. "No presídio José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, celas com espaço para oito pessoas abrigam mais de 20", denuncia.