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Gabriel Wirz

Olá amigos do RibeiraoDasNeves. net!

Fiquei algumas semanas sem escrever para a coluna em função de mudanças em minha vida profissional. Neste período, elaborei alguns temas para serem discutidos nesse espaço, mas não houve amadurecimento de uma abordagem que envolvesse a população nevense.

Por mais que tentasse falar como os sentimentos dos moradores de Ribeirão das Neves não encontrava uma maneira simples de traduzir em palavras. E é sobre esse tema que quero falar: o coração do nevense.

Moro na cidade há 23 anos, tempo suficiente para conhecer a maioria das mazelas e despertar o desejo de permanecer e ajudar a encontrar soluções ou simplesmente desistir, ir embora e não fazer nada para contribuir.

Talvez esse impulso de ir embora seja o primeiro a aparecer nas pessoas que chegam aqui. Ainda que a população seja acolhedora e existam diversos lugares interessantes, as dificuldades acabam se expondo no dia a dia. Com esses fatores, rapidamente muitos desistem de acreditar em um lugar melhor no futuro.

Quem permanece na cidade passa a lidar diretamente com esses problemas e nem sempre possuem tempo para lutar por melhores condições de saúde, educação, transporte e infraestrutura, entre outras necessidades do povo. Muita gente trabalha fora e só retorna para dormir. Outros até conseguem se engajar, lutam por melhorias, porém esbarram em administrações municipais que imperam há décadas e visam apenas melhorias para seus pares.

Os principais problemas de Neves ainda ocorrem, principalmente, em virtude de maus governantes. Pessoas que ocuparam cargos importantes, passaram pela gestão do município e não promoveram mudanças significativas que interferissem significativamente na vida da população.

O que essa cidade realmente precisa é de uma gestão revolucionária. Para sair da estagnação, Ribeirão das Neves precisará de muito, muito mais empenho das suas autoridades.

Enquanto isso não ocorre, o sentimento do nevense continua sofrido, calejado, clamando por mudanças e por dias melhores. E no peito dessa gente simples e acolhedora, bate o desejo de que o município seja um dia destaque pelo desenvolvimento de políticas sociais inovadoras. Uma verdadeira mudança que faça o nosso coração bater mais forte!

Fico por aqui. Volto em breve!! Até a próxima!!

 

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Olá amigos do portal RibeiraoDasNeves.net!

Hoje venho falar sobre o transporte público em Ribeirão das Neves, que vai passar por uma grande mudança nessa semana. Depois de décadas, as linhas de ônibus que operam na cidade, os tradicionais "verdinhos", irão se integrar a um novo sistema de circulação interna.

Como é conhecimento de todos, milhares de pessoas dependem diretamente do transporte público municipal. Por isso, a novidade vai afetar diretamente na vida da população, que ainda sem entender muito sobre as alterações, apenas acompanha as notícias e aguarda com receio o início dessa integração no sistema.

Sempre que ocorrem alterações drásticas no cotidiano do cidadão, é muito importante que - bem antes disso - seja feito um diálogo com a sociedade sobre o assunto. Porém, prestes a vivenciar na prática essas mudanças, os nevenses mais uma vez não foram consultados. Ou seja, estamos falando de uma imposição, já que o povo não pôde opinar e contribuir na construção desse novo modelo de transporte público.

O ideal para que a comunidade pudesse participar de forma efetiva na implantação desse sistema, seria a realização prévia de pelo menos uma audiência pública nas três principais regiões da cidade, com intuito principal de ouvir a opinião dos moradores.

Mesmo sabendo que a maioria dos cidadãos nevenses serão afetados, por incrível que pareça, nenhum vereador se preocupou em zelar por aqueles que lhes elegeram e até então não avaliaram com cuidado como o novo sistema de transporte vai impactar de forma positiva ou negativa na vida dos usuários. Se algum vereador se manifestou, foi de forma muito discreta e não surtiu o efeito desejado para que provocasse uma ampla discussão em toda a cidade no que se refere a consultar os principais interessados pelo assunto.

Como vivemos em um regime democrático de direito, a voz do cidadão tem sempre que ser ouvida. Se suas observações/sugestões não são nem cogitadas, alguns problemas não se resolvem e poderemos ter em pouco tempo de novo sistema uma chuva de reclamações. É só lembrar do que ocorreu recentemente em Belo Horizonte, quando a população não aceitou que as empresas retirassem os trocadores de ônibus das linhas municipais, a mobilização foi enorme e resultou na intervenção do poder público, para exigir dos empresários que acatassem ao clamor popular e voltassem com os cobradores.

Além do caráter democrático, verdade seja dita, quem paga a passagem diariamente é o usuário do sistema de transporte e seria, no mínimo, um ato de respeito ouvir o que tem a dizer aqueles que verdadeiramente mantém e sustentam a lucratividade das empresas de ônibus. Além disso, temos outra questão relevante nessa implantação do novo sistema: a necessidade da aquisição de um cartão para utilização na integração. Caso contrário, será necessário pagar duas passagens para se deslocar dentro da cidade.

Fica o alerta e temor pela implantação desse novo sistema sem a devida consulta popular. Quem utiliza o MOVE em Justinópolis e no centro de Belo Horizonte nos horários de pico sabe como é uma tortura ir e voltar para casa. O cidadão já lida com muitas mazelas e merece pelo menos um pouco de dignidade quando está se deslocando e utilizando esse serviço de caráter essencial no dia a dia.

Volto em breve! Um abraço e até a próxima!

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Olá amigos do portal RibeiraoDasNeves.net!

Estamos apenas no início de 2019. E como tem sido pesado esse ano para nós brasileiros. Há 15 dias estávamos aqui falando de uma tragédia sem precedentes que acabara de ocorrer em Brumadinho. O mar de lama que devastou a cidade ainda está na memória da população. Mais de 165 pessoas morreram (até o fechamento dessa coluna) e centenas de desaparecidos ainda causam dor e comoção para familiares que aguardam sem saber quando esse crime terá um desfecho.

Como se não bastasse, nem pouco absorvemos o caso de Brumadinho e mais duas tragédias ocorreram. Dessa vez, no Rio de Janeiro. A primeira delas após uma forte chuva que derrubou árvores, levou carros e, infelizmente, provocou a morte de sete pessoas. A segunda, o incêndio no alojamento onde estavam os adolescentes que treinavam nas categorias de base do Flamengo. Com todo futuro pela frente, 10 jovens tiveram os sonhos interrompidos e morreram precocemente. Mas o que podemos tirar de lição nesse momento entristecedor?

Mais triste do que que falar e relatar isso em um espaço de tempo tão curto, é saber que provavelmente em todos os três casos houve negligência das autoridades e dos responsáveis pela manutenção dos locais.

No caso de Brumadinho, existem fortes indícios de que o risco de rompimento da barragem era iminente e nenhuma medida de evacuação foi tomada pela empresa.

Já no Rio de Janeiro, há em um dos casos flagrante de negligência do poder público, pois não existem nas cidades brasileiras políticas de prevenção às fortes chuvas, mesmo sabendo que isso ocorre anualmente. É só lembrar do que aconteceu no último ano em BH e em Ribeirão das Neves há dois anos. Foram registradas mortes na Vilarinho - em Venda Nova - e na LMG-806, que faz a ligação entre a região central de Neves e Justinópolis.

No caso do alojamento do Flamengo, as informações preliminares - antes mesmo de um laudo oficial da polícia - mostram que houve improvisação do clube sem autorização do poder público. Os garotos estavam dormindo em um local impróprio, que tinha liberação para que funcionasse um estacionamento. Mesmo após 30 notificações da prefeitura sobre ausência de alvará, a regularização da situação não foi tomada pela agremiação de futebol.

A cultura do brasileiro, desde a época colonial, convive com a política do "homem cordial", na qual tudo se dá um jeito para burlar a burocracia. O famoso "jeitinho brasileiro" para que as coisas funcionem no improviso. A combinação entre ausência de ações de prevenção e infraestrutura são pilares nesses cenários que culminaram com a morte prematura de tantas pessoas. Faltam fiscalizações, verificações mais aprofundadas, um cuidado mais atencioso com essas situações. Às vezes, ações simples no ponto de vista social.

A verdade é que não aprendemos com Mariana, não aprendemos com a boate Kiss, não aprendemos com as tragédias das chuvas de fim de ano, e pelo visto - mesmo com tantos fatos negativos - estamos longe de aprender alguma coisa.

Lamentamos muito, mas não vemos no Brasil atitudes capazes de evitar esses acontecimentos. Indenizações nunca irão reparar vidas que foram interrompidas nessas recentes tragédias.

O que se espera no mínimo é que ocorram mais cobranças da imprensa, autoridades e população, para que o rigor com segurança e prevenção sejam criteriosamente exigidos e não tenhamos que ficar lamentando a morte precoce de tanta gente.

Que Deus ajude o povo brasileiro! Até a próxima!!

P.S: Em tempo, quando finalizava esse texto, recebi a notícia de outra tragédia: a morte do jornalista Ricardo Boechat após um acidente de helicóptero. Exemplo de profissional, tinha opinião forte e desprendimento de cunho ideológico ou político. Sempre fez um jornalismo isento, tendo a admiração de muitos brasileiros. Perde o jornalismo e a população. Que descanse em paz!

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Olá amigos do portal RibeiraoDasNeves.net! Depois da minha estreia como colunista nesse espaço, volto com mais um texto.

Dessa vez, com esse assunto trágico que vem comovendo o mundo todo: o rompimento da barragem em Brumadinho.

Infelizmente, repetimos a dose pela combinação entre negligência das autoridades e ganância de uma empresa privada. Mais uma barragem administrada pela Vale se rompeu, resultando numa tragédia humana e ambiental sem precedentes.

O problema é que não se aprendeu nada com a primeira catástrofe em Mariana, e se analisarmos os fatos friamente chegaremos à conclusão que desde o rompimento da barragem de Fundão, nenhuma grande medida foi tomada.

A ausência de uma condenação criminal em relação aos responsáveis gerou a total sensação de impunidade. Além disso, sabe-se que não houve reparação ambiental e a maioria dos atingidos em Mariana ainda brigam por indenizações.

Reprodução

Para piorar, a negligência do Poder Legislativo salta aos olhos, poucos se sensibilizaram com o passado e se preocuparam com a possibilidade de outras tragédias. Tanto que ainda não foram aprovadas leis para coibir e reduzir as possibilidades de ocorrerem mais desastres desse tipo.

Até houve a criação e tentativa de aprovação do Projeto de Lei 5316/2018, elaborado em conjunto pela equipe técnica da ALMG, do Ministério Público, do Ibama e mais de 50 ONGs. A intenção do projeto era instituir a política estadual de segurança de barragens, mas a iniciativa foi voto vencido.

O Poder Executivo, que por sua vez deveria fiscalizar as mineradoras e suas barragens, simplesmente se omitiu diante das irregularidades.

Sobre a barragem de Brumadinho, por exemplo, foi apurado pela imprensa que a Vale conseguiu junto aos órgãos ambientais rebaixar o grau de risco de 6, que exige sistema bem rigoroso para o licenciamento ambiental, para o grau 4, que requer apenas um simples parecer para aprovação. Só não se sabe dizer se tal atitude se deu por mera incompetência, total descaso ou outros interesses.

Até o momento em que finalizamos essa coluna, são 60 mortes confirmadas e quase 300 pessoas desaparecidas. Números que, infelizmente, irão aumentar nos próximos dias. Diante dessa situação, é hora da população cobrar das autoridades. É hora de o povo exigir dos governantes medidas preventivas e que, verdadeiramente, inibam que a ganância das empresas privadas provoque novas tragédias. E que esse seja o último desastre humano e ambiental em nosso Estado.

Que se entenda, de uma vez por todas, que um correto licenciamento e uma rigorosa fiscalização são fatores que podem separar a vida e a morte de pessoas inocentes. Deixo aqui minha solidariedade aos familiares das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho.

Volto em breve com um novo texto. Espero que dessa vez para falar de um assunto menos triste e doloroso! Até mais!

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Sou morador de Ribeirão das Neves desde 1996, cidade que aprendi a amar e respeitar de maneira intensa. Mesmo com as diversas mazelas aqui encontradas, construí ao longo dos anos um forte vínculo com esse povo, algo que me motivou a lutar por melhorias locais ao invés de reclamar.

Ao chegarmos nesta cidade, eu e meus familiares fomos muito bem recebidos pela população, em especial pelos membros da família Gênesis, donos de uma escola particular que dava os primeiros passos na rede de educação. Lá fiz muitos amigos no período em que cursei o ensino fundamental e médio. Anos depois, me formei em Direito pelo Centro Universitário de Sete Lagoas. Atualmente, trabalho como analista jurídico no Governo do Estado de Minas Gerais.

Em 2012, indignado com os desmandos do Governo do ex-prefeito Walace Ventura, criei junto com alguns amigos o Movimento Acorda Neves. Desde então, realizamos um trabalho fiscalizatório de todos os atos dos poderes Executivo e Legislativo. Nosso grupo liderou diversos atos na cidade em prol da população nevense, sendo a manifestação em junho de 2013 ápice desta ação. Na ocasião, mais de cinco mil pessoas lotaram as ruas da região central e mostraram o descontentamento com questões políticas, transporte, educação, entre outros temas.

Ainda em 2012, criamos um ranking para acompanhar o trabalho dos vereadores. Na época, foi possível avaliar de perto a atuação de cada parlamentar. Com o passar dos anos, o trabalho do Acorda Neves foi além das ruas e cresceu muito nas redes sociais.

Atualmente, continuamos atuando, porém, de forma mais pragmática, com denúncias mais fundamentadas nas redes sociais e também em órgãos competentes, como o Ministério Público (MP), sempre pautando pela seriedade e responsabilidade do trabalho fiscalizatório do movimento social.

Com enorme apreço, recebi neste início de ano o convite do portal RibeiraoDasNeves.net para integrar o time de colunistas. Sendo assim, esse é meu primeiro artigo no principal veículo de comunicação nevense. Quero contribuir para trazer informação e opinião à população de nossa cidade.

Pretendo de forma bem simples e direta tratar dos principais assuntos relacionados ao município, sempre trazendo uma ótica diferente e ampliando as discussões com novos pontos de vista.

Que essa jornada seja interessante para todos nós e que haja contribuição mútua entre escritor e leitor. Aguardo vocês nas próximas publicações. Sugestões, críticas e opiniões podem ser encaminhadas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do RibeiraoDasNeves.net.

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