Olá amigos do portal RibeiraoDasNeves.net!
Estamos apenas no início de 2019. E como tem sido pesado esse ano para nós brasileiros. Há 15 dias estávamos aqui falando de uma tragédia sem precedentes que acabara de ocorrer em Brumadinho. O mar de lama que devastou a cidade ainda está na memória da população. Mais de 165 pessoas morreram (até o fechamento dessa coluna) e centenas de desaparecidos ainda causam dor e comoção para familiares que aguardam sem saber quando esse crime terá um desfecho.
Como se não bastasse, nem pouco absorvemos o caso de Brumadinho e mais duas tragédias ocorreram. Dessa vez, no Rio de Janeiro. A primeira delas após uma forte chuva que derrubou árvores, levou carros e, infelizmente, provocou a morte de sete pessoas. A segunda, o incêndio no alojamento onde estavam os adolescentes que treinavam nas categorias de base do Flamengo. Com todo futuro pela frente, 10 jovens tiveram os sonhos interrompidos e morreram precocemente. Mas o que podemos tirar de lição nesse momento entristecedor?
Mais triste do que que falar e relatar isso em um espaço de tempo tão curto, é saber que provavelmente em todos os três casos houve negligência das autoridades e dos responsáveis pela manutenção dos locais.
No caso de Brumadinho, existem fortes indícios de que o risco de rompimento da barragem era iminente e nenhuma medida de evacuação foi tomada pela empresa.
Já no Rio de Janeiro, há em um dos casos flagrante de negligência do poder público, pois não existem nas cidades brasileiras políticas de prevenção às fortes chuvas, mesmo sabendo que isso ocorre anualmente. É só lembrar do que aconteceu no último ano em BH e em Ribeirão das Neves há dois anos. Foram registradas mortes na Vilarinho - em Venda Nova - e na LMG-806, que faz a ligação entre a região central de Neves e Justinópolis.
No caso do alojamento do Flamengo, as informações preliminares - antes mesmo de um laudo oficial da polícia - mostram que houve improvisação do clube sem autorização do poder público. Os garotos estavam dormindo em um local impróprio, que tinha liberação para que funcionasse um estacionamento. Mesmo após 30 notificações da prefeitura sobre ausência de alvará, a regularização da situação não foi tomada pela agremiação de futebol.
A cultura do brasileiro, desde a época colonial, convive com a política do "homem cordial", na qual tudo se dá um jeito para burlar a burocracia. O famoso "jeitinho brasileiro" para que as coisas funcionem no improviso. A combinação entre ausência de ações de prevenção e infraestrutura são pilares nesses cenários que culminaram com a morte prematura de tantas pessoas. Faltam fiscalizações, verificações mais aprofundadas, um cuidado mais atencioso com essas situações. Às vezes, ações simples no ponto de vista social.
A verdade é que não aprendemos com Mariana, não aprendemos com a boate Kiss, não aprendemos com as tragédias das chuvas de fim de ano, e pelo visto - mesmo com tantos fatos negativos - estamos longe de aprender alguma coisa.
Lamentamos muito, mas não vemos no Brasil atitudes capazes de evitar esses acontecimentos. Indenizações nunca irão reparar vidas que foram interrompidas nessas recentes tragédias.
O que se espera no mínimo é que ocorram mais cobranças da imprensa, autoridades e população, para que o rigor com segurança e prevenção sejam criteriosamente exigidos e não tenhamos que ficar lamentando a morte precoce de tanta gente.
Que Deus ajude o povo brasileiro! Até a próxima!!
P.S: Em tempo, quando finalizava esse texto, recebi a notícia de outra tragédia: a morte do jornalista Ricardo Boechat após um acidente de helicóptero. Exemplo de profissional, tinha opinião forte e desprendimento de cunho ideológico ou político. Sempre fez um jornalismo isento, tendo a admiração de muitos brasileiros. Perde o jornalismo e a população. Que descanse em paz!