Nós, das Ciências Sociais, temos uma máxima que pode ajudar a responder à questão que dá título a este artigo: “Tentar resolver problemas complexos com soluções simples só aumenta o problema.”
Exemplos dessas políticas amadoras se acumulam ao longo da história. A Lei Seca nos Estados Unidos é um grande exemplo. Em vez de compreender por que a classe trabalhadora norte-americana se afundava no vício, e buscar enfrentar suas causas — como entender o uso abusivo de álcool como sintoma de um mundo sem perspectiva de melhora de vida para trabalhadores submetidos a jornadas extenuantes, sem acesso a lazer, recreação ou sequer tempo para estar com suas famílias — o governo preferiu a repressão.
Assim, a resposta do governo norte-americano da época, nada afeito a análises complexas, foi resolver o problema da forma mais simplista possível: proibiu, por decreto, o consumo de álcool. Em vez de apresentar um projeto estruturado e multissetorial que enfrentasse a miséria das classes empobrecidas, optou-se pelo que uma elite com visão colonial sempre faz: sobrecarregar as forças de segurança para reprimir e tentar “domesticar” os excluídos à sua lógica de exploração.
O resultado dessa “solução mágica” não foi a redução, mas sim o aumento do consumo de bebidas. O mais agravante foi que os donos de bares e os consumidores passaram a ser tratados como transgressores da lei, superlotando as cadeias — obviamente compostas, em sua maioria, por pessoas pobres, pois a elite daquela época, assim como ocorre hoje com a questão da maconha e de outras drogas no Brasil, continuou tomando seu uisquinho sem maiores consequências. Outro grande problema causado pela proibição foi o fechamento das fábricas que produziam bebidas alcoólicas. Com isso, a produção passou a ser clandestina, o que aumentou os casos de intoxicação por bebidas adulteradas, agravando ainda mais o já deficitário sistema de saúde pública norte-americano.
Nenhuma dessas consequências sensibilizou os donos do poder. Entretanto, a gota d’água para o fim da Lei Seca foi o fato de ela colocar em risco os interesses das elites tradicionais. A venda ilícita de álcool gerou tantos lucros que permitiu o surgimento de figuras como Al Capone. Esse mafioso de origem italiana ganhou tanto dinheiro que, primeiro, comprou o silêncio e a conivência da polícia — que, cansada de “enxugar gelo” ao prender pequenos usuários e traficantes de álcool, passou a ignorar a ilegalidade. Depois, para dar uma aparência de legalidade, Al Capone comprou uma rede de lavanderias para mascarar seus lucros — inventando assim o termo “lavagem de dinheiro”. Além disso, investiu em hotéis e outros negócios, tornando-se uma espécie de rei de Chicago. Por fim, comprou juízes e passou a financiar campanhas políticas, até que as autoridades, temendo perder o controle político da cidade, revogaram a Lei Seca e buscaram outras (ainda precárias) formas de lidar com o alcoolismo.
Essa lógica de tentar resolver problemas complexos com soluções mágicas também se repete na história das Américas, com o intuito de manter intactos os privilégios das elites e negar sua responsabilidade direta pelo contexto gerador de problemas sociais que se pretende resolver com medidas populistas.
A chamada “Guerra às Drogas”, iniciada na década de 1960, tinha, assim como a Lei Seca Décadas antes, o propósito era acabar com o uso de drogas entre jovens norte-americanos que, na época, estavam cansados de uma sociedade de consumo e sem sentido, buscando alternativa a um estilo de vida que pretendia escravizá-los, assim como fizeram com seus pais, e se opondo ao desejo do governo de enviá-los para uma guerra sem sentido do outro lado do mundo, no Vietnã. Criaram um movimento de fuga da sociedade que os oprimia, ligado à contracultura, sob os lemas “Paz e Amor”, mergulhando de cabeça nesse novo modo de viver, colocando assim em xeque a lógica do modelo colonial, que exige que as pessoas existam apenas para trabalhar e gerar riqueza — riqueza que, em grande parte, não fica com elas.
Essa elite — que ainda enxerga o mundo como os colonizadores que chegaram à América em 1492 — preferiu iniciar uma “guerra” que ainda dizima toda a América Latina. Vide a história da Colômbia, muito bem retratada na série Narcos, que provavelmente já matou mais pessoas — em sua esmagadora maioria jovens, indígenas e negros moradores das periferias de origem latina — do que as duas guerras mundiais juntas.
O mesmo ocorre no Brasil, a partir da segunda metade do século XXI: a tentativa de resolver o problema da violência — causada, em grande parte, pela continuidade de um sistema colonial semelhante ao de castas, que privilegia uma minoria que vive em luxos estratosféricos às custas da exclusão da maioria — culminou na “solução mágica” do encarceramento em massa dos indesejáveis: jovens, negros, pobres, oriundos de famílias expulsas do campo para cidades que nunca ofereceram qualquer chance de inclusão — nem para seus antepassados, nem para eles. O resultado? O exponencial crescimento das facções criminosas dentro dos presídios, que há tempos extrapolaram seus muros e, assim como Al Capone, passaram a dominar setores da economia das grandes cidades.
Ao ler este texto até aqui, algumas pessoas podem se perguntar — especialmente aquelas com simpatia pelo modelo de escola cívico-militar: o que isso tem a ver com a proposta do governo Romeu Zema para a educação? A resposta é óbvia: faz parte da mesma lógica colonial de sempre.
Em vez de encarar os complexos problemas enfrentados pela educação brasileira — frutos de um crônico abandono, com salas lotadas, onde o professor mal consegue decorar o nome dos alunos, infraestruturas paupérrimas, pedagogias obsoletas, principalmente para jovens oriundos de classes populares que não veem sentido algum nos currículos, que apenas os tratam como futura mão de obra barata e não comunicam os reais problemas enfrentados — opta-se pela solução mágica, que quase sempre envolve repressão aos já subalternizados.
A pergunta é: o que esperar da presença de policiais em uma escola de periferia, que, com seu olhar treinado a partir da visão de uma elite colonial, enxergam parte significativa dos alunos atendidos por nossas escolas como suspeitos? E entenda-se “suspeito” como sinônimo de jovem, negro, oriundo de família de baixa renda e com os hábitos de vestimenta típicos das periferias. O resultado é quase óbvio: a expulsão dos tidos como “indesejáveis” do espaço escolar — justamente os mais vulneráveis, e para quem a escola era a única chance de escapar do ciclo de violência e pobreza.
Essa solução “mágica” tem sido escolhida em detrimento da implementação do Plano Nacional de Educação (2014–2024), uma política de Estado construída de forma colegiada, com metas estruturadas, a serem realizadas em regime de colaboração entre governo federal, estados e municípios. O PNE tem como objetivo garantir uma educação pública, gratuita, de qualidade e voltada para a equidade — com valorização da carreira docente, formação continuada, planos de carreira dignos, gestão escolar verdadeiramente democrática e atenção à aprendizagem real dos estudantes.
Nada disso foi feito. Para ser justo, a única meta atingida de fato pelo governo Zema, no que diz respeito ao PNE, foi a ampliação da formação técnica de jovens, por meio do programa Trilhas do Futuro. Porém, em vez de fortalecer a educação integrada, como os modelos do CEFET e do IFMG, o governo optou por parcerias público-privadas, cuja qualidade tem sido amplamente questionada — inclusive pelos próprios estudantes.
Nos sete anos de governo em Minas, pouco se pensou em políticas públicas para educação realmente estruturadas. Pelo contrário: direções escolares, professores e estudantes estão cada vez mais sobrecarregados com avaliações externas sucessivas, que consomem o tempo das já escassas aulas — especialmente de disciplinas como Sociologia, Filosofia, Artes, História e Geografia.
Eu mesmo, de 10 aulas planejadas neste bimestre para uma turma, consegui ministrar apenas 4, devido às inúmeras avaliações externas. São diagnósticos o ano inteiro — que trazem sempre os mesmos resultados, agravados, além da má qualidade do ensino ofertado, pela baixa adesão e pelo desinteresse dos estudantes por avaliações que não fazem sentido para eles, o que resulta em provas "chutadas". Com razão, eles preferem investir seu tempo em algo mais significativo.
Seguindo a lógica do diagnóstico, seria como constatar um câncer em estágio inicial e nada fazer. No diagnóstico seguinte, a doença evolui — e o paciente, no caso, o estudante, é submetido a sucessivos exames, sem a adoção de nenhuma medida para enfrentar os problemas diagnosticados. Por fim, o estudante conclui a educação básica e recebe um diploma que apenas atesta seu analfabetismo funcional. Conveniente para o governo que representa essa elite, já que analfabetos funcionais são mais fáceis de manipular — e de acreditar em soluções mágicas, como a escola cívico-militar.
Cabe aqui desmentir a propaganda amplamente divulgada pelo governador/influencer de Minas Gerais sobre o suposto sucesso dessas escolas. De fato, as escolas com melhor desempenho no estado são públicas, mas não é o Colégio Tiradentes — que, apesar de apresentar resultados um pouco melhores do que a escola pública, o faz não devido à adoção do modelo cívico-militar, mas sim por causa de maiores investimentos e da exclusão compulsória dos estudantes considerados “problemáticos”, que acabam retornando para a escola realmente pública
As verdadeiras referências são os CEFETs, Coltecs e IFMGs, que superam até escolas particulares de elite em aprovações no ENEM. E isso porque recebem investimento por aluno quatro a seis vezes maior que a rede estadual — são oásis em meio ao subfinanciamento da educação pública.
Com esses recursos, essas instituições cumprem quase todas as metas do PNE no que diz respeito ao ensino médio. Recentemente, ao levar turmas do 9º ano para conhecer o IFMG de Ribeirão das Neves, presenciei algo raro — principalmente para quem atua nas periferias: professores motivados e orgulhosos de suas instituições.
Uma breve pesquisa revelou as razões desse fenômeno: bons salários, planos de carreira atrativos, elevada qualificação docente (muitos mestres e doutores), além da implementação de um modelo de educação que enxerga os estudantes de forma integral — com apoio de psicólogos, assistentes sociais, e uma estrutura que integra formação profissional e ensino médio. Uma escola de um único turno com sete horas diárias, com rica infraestrutura de laboratórios — ao contrário do programa Trilhas do Futuro, que não apresenta essa mesma integração nem qualidade.
Para concluir — e reconhecendo que este texto, por ser extenso, provavelmente não será lido por quem acredita em soluções simplistas para problemas complexos — deixo aqui meu argumento final contra a falácia de que a implementação de escolas cívico-militares seja uma solução mágica para a complexidade do sistema educacional brasileiro e para o histórico de subinvestimento na educação básica.
Colocar um policial militar reformado para cada 150 alunos, como alternativa à valorização da formação humana, é, no mínimo, desonesto. Mas o que se pode esperar de uma elite com visão colonial?
O oposto disso seria adotar medidas “abomináveis” para essa elite: promover justiça tributária — em que essa elite passaria a pagar impostos como as classes populares e média, deixando de sequestrar metade do orçamento da União com seus lucros e dividendos sobre uma dívida pública nunca auditada — e construir um Estado de bem-estar social, como já foi feito há mais de um século nos países europeus idolatrados por essa classe que faz cosplay de Odete Roitman.
A solução oferecida por esse governo, representante dessa elite colonial, é repetir a velha lógica do vigiar e punir — evidentemente, apenas os pobres. Afinal, ninguém propõe escolas cívico-militares para os filhos da elite, que também enfrentam, em suas escolas — vários estudos comprovam isso — violências das mais diversas naturezas — especialmente simbólicas —, indisciplina e uso abusivo de drogas, consequência de um modelo de educação que impõe uma competição predatória, que mina a saúde mental de seus estudantes, em nome de uma meritocracia ridícula.
Porque, sejamos honestos: qual é o mérito individual de estudar em uma escola que poucos podem pagar?
Alexandre Siqueira de Freitas foi espancado por colegas de cela no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, e morreu no hospital
Um detento de 33 anos morreu nesta quinta-feira (3) após ser agredido por colegas de cela no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.
Alexandre Siqueira de Freitas foi localizado pelos policiais no chão, com hematomas e dificuldade para se mover.
De acordo com o boletim de ocorrência, agentes da unidade foram acionados por volta das 7h15, após serem informados de uma briga entre detentos.
Ele foi retirado da cela e atendido na enfermaria do presídio, sendo posteriormente encaminhado ao Hospital Municipal São Judas Tadeu, onde morreu por volta das 9h, após tentativas de reanimação.
A direção do presídio informou que instaurou procedimento interno para apurar administrativamente o caso. Os detentos envolvidos serão ouvidos pelo Conselho Disciplinar e podem sofrer sanções que vão de advertência à comunicação ao juiz da execução penal. A investigação criminal está a cargo da Polícia Civil.
Alexandre havia sido admitido no presídio em dezembro de 2024 e possuía passagens anteriores pelo sistema prisional desde 2012.
Um rapaz de 19 anos quase foi baleado pelo avô da namorada após um desentendimento em relação ao horário que a familiar chegou em casa.
A ocorrência foi registrada no bairro Santa Martinha, em Ribeirão das Neves, nesta sexta-feira (4).
A confusão começou quando a jovem, também de 19 anos, voltou para casa em companhia do namorado, já na madrugada de hoje. A mãe dela ficou muito incomodada e questionou sobre o motivo para ele chegar mais tarde.
Conforme o Boletim de Ocorrência (BO), nesse momento, o avô da moça, de 78 anos, saiu armado e foi na direção do namorado da neta dizendo “vou te matar, seu vagabundo”.
Em seguida, ele atirou duas vezes contra a vítima, mas não acertou porque o jovem correu bastante. O idoso foi encontrado pela PM escondido no bairro Xangrilá, em Contagem, e preso. A arma utilizada no crime, segundo o autor confesso, foi jogada em um matagal e não encontrada.
Direto do bairro Jardim Verona, em Ribeirão das Neves (MG), Claudinha e Fiim estão de volta com o lançamento da música “Final dos Tempos”, já disponível nas plataformas digitais.
A dupla, que marcou presença na cena com os funks conscientes “Muleque Cabuloso” e “Se Bater de Frente”, aposta mais uma vez em letras fortes e reflexivas, com mensagens que falam da realidade da quebrada e dos desafios da vida.
O videoclipe de “Final dos Tempos” já foi gravado e está em fase de produção, com direção da produtora Explode Record. Enquanto o clipe não sai, os fãs já podem conferir a música no Spotify e outras plataformas. Acesse aqui!
Com uma trajetória marcada por letras de superação e vivência, Claudinha e Fiim seguem fortalecendo o funk consciente mineiro, representando a quebrada com autenticidade e compromisso.
Começam no dia 2 de julho as inscrições para a 2ª edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU). Os interessados poderão se inscrever até 20 de julho, com taxa única de R$ 70, que deve ser paga até 21 de julho. A informação foi divulgada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Ao todo, o certame oferece 3.642 vagas em 32 órgãos públicos, sendo 2.480 vagas imediatas e 1.172 para cadastro de reserva.
As provas objetivas estão marcadas para 5 de outubro, das 13h às 18h, em 228 cidades do país, incluindo todas as unidades da federação e o Distrito Federal. Já a prova discursiva para os candidatos habilitados ocorrerá em 7 de dezembro.
A primeira lista de classificados será divulgada em 30 de janeiro de 2026. A Fundação Getulio Vargas (FGV) é a banca responsável pela organização do concurso.
O objetivo do CNU é ampliar a acessibilidade, reduzir custos e centralizar o processo seletivo federal, permitindo que os candidatos concorram a diversas vagas com uma única prova.
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) publicou, nesta sexta-feira (27/6), edital de um novo concurso público para a contratação de 150 eletricistas. A remuneração total é de R$ 4.331,91, além dos benefícios previstos no acordo coletivo da empresa.
Com taxa de R$ 70, as inscrições poderão ser feitas entre os dias 1º de setembro e 2 de outubro, exclusivamente pelo site da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep). Os novos profissionais irão atuar em diversas regiões do estado, especialmente em áreas com crescimento populacional acelerado ou demandas críticas de infraestrutura.
Para concorrer às vagas, é necessário ter ensino médio completo, curso de qualificação profissional na área elétrica NR-10 (básico e SEP) e NR-35 (trabalho em altura) e Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categoria B.
Além disso, é necessário comprovar experiência mínima de 6 meses em atividades de construção, manutenção ou operação, executadas diretamente em redes de distribuição, linhas de distribuição ou linhas de transmissão de responsabilidade de concessionárias de energia elétrica.
A prova será realizada no dia 23 de novembro de 2025, nos municípios de Belo Horizonte, Divinópolis, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Paracatu, Teófilo Otoni, Uberlândia e Varginha, de acordo com a escolha do candidato na inscrição.
Serão aplicadas 35 questões de múltipla escolha, com duração de até 3 horas. Além da prova objetiva, o processo seletivo contará com a etapa eliminatória de Avaliação Pré-Admissional de Saúde, obedecendo ao disposto na NR-07, do Ministério do Trabalho e Emprego, de responsabilidade da CEMIG.
A Prefeitura de Ribeirão das Neves, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, alerta a população sobre tentativas de golpe envolvendo falsos profissionais que se apresentam como integrantes da equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município.
Segundo relatos recebidos, indivíduos estão visitando residências sob a falsa alegação de que fazem parte de equipes substituídas das unidades de saúde. Durante essas abordagens, os golpistas solicitam dados bancários, tiram fotos dos moradores e chegam a pedir transferências de dinheiro.
A Prefeitura reforça que nenhum profissional da Estratégia de Saúde da Família está autorizado a solicitar informações bancárias ou qualquer tipo de pagamento durante as visitas domiciliares. Todas as equipes atuam de forma identificada, com crachá, uniforme e conduta ética, prezando pela segurança e pelo respeito aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em caso de abordagem suspeita, a orientação é que nenhuma informação pessoal ou financeira seja fornecida. O morador deve entrar em contato, imediatamente, com a unidade de saúde de referência ou com a Ouvidoria da Prefeitura, pelo telefone (31) 3625-3641.
Além disso, caso o cidadão tenha dúvidas sobre ter sido vítima de um golpe ou precise de orientações sobre seus direitos, o Procon Municipal está disponível para atendimento nas três regiões da cidade. A colaboração da comunidade é fundamental para coibir esse tipo de crime. A Prefeitura segue atenta e trabalhando para garantir a proteção da população.
Uma das maiores "fake news" que cerca Ribeirão das Neves é a ideia de que a cidade teria surgido a partir da implantação de seus presídios. No entanto, a socióloga Nayara Amorim, em estudos sobre a dinâmica urbana do município, desmente essa versão, revelando um processo de formação e expansão muito mais complexo e multifacetado.
As três fases do crescimento populacional
Nayara Amorim e outros pesquisadores apontam para três fases distintas no crescimento populacional de Ribeirão das Neves:
Primeiro momento (Fundação até 1960): Remonta aos primeiros povoamentos por volta de 1747, com a construção da Capela de Nossa Senhora das Neves. A cidade passou por diversas vinculações administrativas até sua emancipação em 12 de dezembro de 1953, com os distritos da Sede e Justinópolis, e o Povoado de Areias. A região da Sede foi influenciada pela Penitenciária Agrícola de Neves (PAN), inaugurada em 1938, que gerou empregos e impulsionou o comércio local, embora tenha contribuído para o estigma de "cidade presídio".
Segundo momento (A partir de 1970): Caracterizado por um intenso processo de parcelamento do solo urbano. Com a metropolização de Belo Horizonte, Ribeirão das Neves consolidou-se como uma periferia metropolitana densamente povoada. A década de 1970 marcou um "boom imobiliário", especialmente em Justinópolis, que se conurbou com Venda Nova (Belo Horizonte), impulsionado pela expansão da capital. Neste período, Neves registrou taxas de crescimento populacional recordes no cenário nacional.
Terceiro momento (Anos 2000 em diante): Uma nova tendência de crescimento, marcada pela verticalização dos imóveis. Embora ainda haja ocupação de loteamentos antigos e parcelamentos de solo, a construção de edifícios de pequeno porte, como apartamentos e condomínios horizontais, ganha destaque, especialmente impulsionada por programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida.
Expansão sem planejamento e seus desafios
A rápida e muitas vezes desordenada expansão demográfica de Ribeirão das Neves, sem o devido planejamento urbano e com uma atuação omissa do poder público em décadas passadas, gerou uma série de problemas sociais e urbanísticos. A cidade é um polo representativo das contradições urbanas do capitalismo contemporâneo, marcada pela urbanização espontânea e a periferização da pobreza.
Entre as principais consequências desse crescimento desorganizado, destacam-se:
Segregação socioespacial: A cidade concentra uma população predominantemente de baixa renda, com altos índices de desemprego e baixos níveis educacionais, perpetuando um ciclo de reprodução da pobreza.
"Cidade dormitório": Muitos moradores são obrigados a se deslocar diariamente para outras cidades, como Belo Horizonte, para trabalhar e estudar, enfrentando altos custos de transporte e um sistema de transporte público de baixa qualidade. Isso limita o uso da própria cidade para consumo, lazer e cultura.
Infraestrutura e serviços precários: Há um déficit habitacional significativo, com muitos domicílios em assentamentos precários e loteamentos irregulares. Serviços básicos como saúde e assistência social são insuficientes, exigindo deslocamentos para outras cidades.
Estigma da violência: Ribeirão das Neves convive com altos índices de violência e criminalidade, contribuindo para uma imagem negativa da cidade, muitas vezes reforçada pela mídia. Estudos apontam Neves entre as cidades mais violentas para jovens, especialmente os jovens negros e vítimas de armas de fogo.
Abandono do patrimônio: A construção de uma identidade negativa influencia a noção de pertencimento e, consequentemente, o abandono do patrimônio cultural da cidade, gerando dificuldades em sua preservação.
Verticalização e o futuro de Neves
A tendência recente de verticalização, embora represente uma nova fase de expansão, também impõe desafios, como a necessidade de acompanhamento em termos de infraestrutura e equipamentos públicos. Bairros como Jardim Alterosa, que receberam grandes conjuntos habitacionais, ainda sofrem com a carência de postos de saúde, escolas, creches e transporte público adequado.
Apesar das adversidades, o estudo da sociologia urbana busca compreender as dinâmicas de Ribeirão das Neves como um espaço produzido socialmente, que se transforma e acomoda sua população. O reconhecimento dessas questões é fundamental para a criação de políticas públicas sustentáveis e intervenções sociais que possam melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes e transformar a percepção sobre a cidade.
Resumo
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa realizada no Quilombo Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis, na cidade de Ribeirão das Neves/MG, com o objetivo de compreender de que forma a participação de crianças e adolescentes nas atividades culturais, sociais e educacionais contribui para a construção de sua identidade e senso de pertencimento. Por meio de entrevistas, observações participantes e aplicação de questionários, foram ouvidas crianças e adolescentes quilombolas entre 6 e 15 anos. Os resultados revelam que a vivência no quilombo se dá de forma orgânica e voluntária, fortalecendo o vínculo comunitário e a valorização das tradições ancestrais. A análise demonstra que a cultura vivida e transmitida no espaço do quilombo desempenha papel fundamental na formação subjetiva dessas juventudes e aponta para a urgência de políticas públicas que reconheçam e apoiem essas experiências.
Palavras-chave: Educação quilombola; Juventude; Patrimônio cultural imaterial; Identidade; Pertencimento.
Foto: Rodolfo Ataíde
Introdução
As comunidades quilombolas representam importantes territórios de resistência, ancestralidade e afirmação cultural da população negra no Brasil. Com o passar das gerações, esses espaços têm se mantido vivos não apenas pela presença dos mais velhos, mas também pelo protagonismo das crianças e adolescentes que neles vivem e atuam. O Quilombo Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis, situado em Ribeirão das Neves/MG, é um exemplo concreto de como a cultura e os saberes tradicionais continuam a ser transmitidos e atualizados pelas novas gerações.
Diante de um cenário em que as infâncias negras são constantemente invisibilizadas nos discursos educacionais e culturais hegemônicos, este estudo busca lançar luz sobre as práticas e percepções dos jovens quilombolas, valorizando suas narrativas e vivências. Parte-se do pressuposto de que a participação ativa em diversas formas de expressão coletiva constitui um importante processo de construção identitária e fortalecimento de vínculos comunitários.
Assim, este artigo tem como objetivo investigar de que forma se dá a participação de crianças e adolescentes nas atividades do Quilombo, buscando compreender os sentidos que atribuem às suas vivências nesse espaço. Pretende-se também analisar as possíveis relações entre os saberes tradicionais e o universo escolar, bem como entender por que, mesmo diante de tantas oportunidades externas — como jogos, internet e outras manifestações culturais —, essas crianças e adolescentes continuam engajados nas práticas quilombolas.
Metodologia
A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, centrada na escuta e na observação participante como forma de acessar significados e experiências. O trabalho de campo foi realizado no Quilombo Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis/MG, espaço de referência histórica e cultural de Ribeirão das Neves.
Foram entrevistadas 11 crianças e adolescentes quilombolas, com idades entre 6 e 15 anos, também foram feitas observações durante atividades culturais, como o Congado, as festas tradicionais, a capoeira e celebrações religiosas, além de diálogos informais com membros da comunidade. O material empírico foi analisado a partir da técnica de análise de conteúdo, com o intuito de identificar categorias relacionadas à identidade, pertencimento e educação.
Referencial Teórico
A educação em contextos quilombolas vai além dos limites da escola formal. Trata-se de uma prática cotidiana de resistência e de preservação de saberes, que envolve valores, espiritualidade, oralidade e coletividade. Segundo Nilma Lino Gomes (2007), pensar a educação quilombola é reconhecer a centralidade da cultura e da ancestralidade na formação do sujeito negro, especialmente na infância, quando os vínculos com o território e com as práticas tradicionais são intensamente construídos.
No mesmo sentido, Brandão (2007) destaca que a educação popular é um instrumento potente para fortalecer o sentimento de pertencimento das populações às suas histórias e territórios, sendo essencial nos processos de valorização das culturas afro-brasileiras. Ela deve ser compreendida como parte de uma pedagogia da ancestralidade, onde o aprender ocorre na relação com os mais velhos, nas práticas coletivas e nos rituais que marcam a vida comunitária.
A infância quilombola, nesse contexto, não é apenas um momento de passagem, mas um tempo de protagonismo na manutenção das tradições. Caldart (2004) afirma que as comunidades tradicionais educam por meio da convivência, da participação ativa e da oralidade. Nesse sentido podemos pensar que é nesse convívio que os mais jovens aprendem o respeito, os saberes do congado, os cantos e os gestos que sustentam a identidade do Quilombo.
A construção da identidade, conforme Stuart Hall (2006), não é um processo fixo, mas uma construção contínua, especialmente nas comunidades que vivem sob múltiplas pressões sociais. Para as crianças e adolescentes quilombolas, essa identidade se forja na convivência com a cultura local, mas também em diálogo (por vezes em tensão) com os espaços institucionais, como a escola. Muitos jovens vivem o desafio de transitar entre dois mundos: o da escola, com sua estrutura eurocentrada e muitas vezes excludente, e o do quilombo, onde sua identidade é afirmada e reconhecida.
Dessa forma, compreende-se que a participação de crianças e adolescentes nas atividades culturais do Quilombo Irmandade Nossa Senhora do Rosário é parte constitutiva de seu processo de formação como sujeitos históricos, sociais e políticos. Ao participarem do congado, dos rituais, cantarem, cozinharem e cuidarem do espaço, esses jovens não apenas preservam a tradição, mas atualizam-na com suas próprias experiências e sentidos.
Apresentação e Análise dos Resultados
1. Participação nas atividades culturais e o protagonismo infantil
Todos os participantes relataram que frequentam o quilombo desde que nasceram e que sua participação nas atividades culturais é contínua e espontânea. Entre as atividades mencionadas, o Congado destacou-se como a principal manifestação, sendo praticada por todos os entrevistados. Também foram citadas outras práticas, como o Coral, a Capoeira, a Folia de Reis e o auxílio em tarefas cotidianas, como a limpeza e o preparo de alimentos.
Esse envolvimento direto revela uma vivência comunitária que se distancia da lógica da imposição. A participação das crianças ocorre de forma orgânica e prazerosa, como demonstrado por uma das falas: “Pra mim aqui é tudo perfeito. A gente aprende com os mais velhos, pode brincar com outras crianças, participar das festas”. Como aponta Caldart (2004), essa integração entre gerações é um dos fundamentos da educação em comunidades tradicionais, em que os sujeitos aprendem fazendo junto.
Vale destacar que, tanto pelas observações realizadas quanto pelas conversas com as crianças e adolescentes, ficou evidente que eles não estão isolados das experiências externas ao Quilombo. Pelo contrário, têm acesso a tecnologias, como celulares e internet, consomem conteúdos da mídia, participam de eventos e interações para além dos limites territoriais e culturais da comunidade. Ou seja, vivem plenamente a contemporaneidade, com todas as suas múltiplas influências e estímulos.
No entanto, mesmo diante dessa ampla exposição ao mundo externo, chama atenção o fato de que esses eles não apenas continuam participando ativamente das práticas tradicionais do Quilombo, como também demonstram grande valorização por elas. Há um reconhecimento, por parte das crianças e adolescentes, da importância dos saberes ancestrais, das práticas culturais e dos rituais comunitários na construção de suas identidades e no fortalecimento dos vínculos afetivos e coletivos.
Esse movimento revela uma convivência possível e potente entre tradição e modernidade, em que a presença das tecnologias e das dinâmicas contemporâneas não anula o valor das práticas ancestrais. Trata-se, portanto, de uma juventude que transita entre diferentes mundos, mas que escolhe, com orgulho e afeto, manter viva a memória e a história de sua comunidade.
2. Sentidos atribuídos à experiência no quilombo
Ao serem perguntados sobre o que aprendem no Quilombo, os jovens destacaram valores como respeito ao próximo, respeito às religiões, aprendizados com os avós, canto, dança, instrumentos musicais, capoeira, conhecimento dos fundamentos do Congado e ancestralidade. Uma das respostas que se destacou foi: “No Quilombo a gente aprende a respeitar os mais velhos e nem sempre fazer o que você quer pois nem sempre é o certo”.
Tais relatos indicam que o quilombo funciona como um espaço formativo no qual se constroem não apenas habilidades culturais, mas também dimensões éticas e relacionais, muitas vezes negligenciadas pelos currículos escolares. Isso reforça a análise de Brandão (2007) e Gomes (2007) sobre o papel da cultura como eixo estruturante da educação em territórios tradicionais.
3. Quilombo e escola: intersecções e distâncias
Apesar de todos os participantes frequentarem a escola formal, as respostas indicam uma percepção clara de diferença entre os dois espaços. A maioria afirmou que não fala sobre o Quilombo na escola, ainda que alguns gostariam de fazê-lo. Entre os motivos, destacam-se o medo do preconceito e a sensação de que “lá não se fala sobre a nossa cultura”.
Houve também quem expressasse desejo de que os colegas conhecessem o Quilombo. A vivência na escola é associada a conteúdos “das matérias”, enquanto o Quilombo é percebido como um espaço que “ensina para a vida”. Esse contraste reforça a pouca representatividade da cultura afro-brasileira nos currículos escolares.
4. Afetos e pertencimento
Quando perguntados sobre como se sentem ao participar das atividades do quilombo, a resposta mais recorrente foi “paz”. Esse dado chama atenção justamente por contrastar com a concepção mais comum e difundida do termo, muitas vezes associada à ideia de silêncio, tranquilidade e ausência de agitação. No entanto, as práticas vivenciadas no Quilombo estão longe de serem silenciosas: são marcadas pelo som intenso dos tambores, pelas festas animadas, pelas rezas entoadas em coro, pelas cantorias vibrantes e pelos encontros coletivos repletos de movimento e expressão.
Ainda assim, é nesse ambiente pulsante que os jovens afirmam encontrar paz. Isso revela uma dimensão subjetiva e relacional do conceito, que se afasta da noção eurocêntrica de paz como quietude e retraimento. Para eles, a paz está no pertencimento, na conexão com os ancestrais, na partilha de saberes, na liberdade de ser e de estar com os seus. É uma paz que se constrói na coletividade, na ancestralidade viva e nas práticas culturais que resistem e se renovam.
Além da paz, muitos também mencionaram sentimentos como alegria, leveza e uma espécie de energia inexplicável que o lugar proporciona. Alguns relataram que as atividades os acalmam, mesmo quando envolvem movimento e som. Isso reforça a ideia de que o Quilombo é vivido como um espaço de acolhimento, de proteção simbólica e afetiva, onde é possível experienciar bem-estar e equilíbrio emocional, ainda que em meio à efervescência das expressões culturais afro-brasileiras.
O sentimento de pertencimento é notável, como na fala de um menino de 9 anos: “Eu nasci aqui, cresci aqui e pretendo morrer aqui”. A força dessa identidade comunitária evidencia o papel do quilombo como referência afetiva e cultural insubstituível. Conforme Hall (2006), a identidade cultural é construída no entrelaçamento das vivências, símbolos e práticas que fazem sentido para os sujeitos.
5. Tradição, continuidade e futuro
Todos os entrevistados afirmaram que consideram as tradições do quilombo importantes para suas vidas e que pretendem transmiti-las para seus filhos. Isso demonstra uma conexão intergeracional sólida, sustentada não por obrigações externas, mas por um vínculo afetivo e simbólico com o território e suas práticas.
Curiosamente, nenhum dos jovens apontou desafios para participar das atividades do quilombo, tampouco mencionou que sua presença ali fosse forçada. Em tempos de dispersão digital e ofertas massivas de entretenimento externo, o engajamento espontâneo desses jovens com a cultura de seus ancestrais evidencia uma profunda valorização das raízes e do coletivo.
Considerações Finais
A pesquisa realizada no Quilombo Irmandade Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis revela que a participação de crianças e adolescentes nas atividades culturais, sociais e educacionais do território se dá de maneira espontânea, afetiva e profundamente enraizada. Mais do que espaços de reprodução cultural, as práticas vividas no Quilombo se constituem como verdadeiros processos formativos, nos quais os jovens constroem sua identidade, desenvolvem senso de coletividade e fortalecem o pertencimento à sua ancestralidade.
Ao contrário do que muitas vezes é retratado nos discursos hegemônicos, essas infâncias não são passivas nem distantes das tradições: são protagonistas da continuidade cultural. A educação que se dá no quilombo é viva, prática, comunitária, e dialoga com valores éticos, religiosos e históricos que estruturam a vida em comunidade.
O contraste com a escola formal evidencia as lacunas da educação tradicional em relação à valorização da diversidade cultural e do reconhecimento das histórias negras no Brasil. Mesmo com esse distanciamento institucional, os jovens quilombolas resistem e reafirmam, em suas falas e práticas, o orgulho de pertencer ao Quilombo e o desejo de manter vivas suas tradições.
Esse estudo aponta, portanto, para a necessidade urgente de políticas públicas que respeitem e valorizem os saberes das comunidades tradicionais, especialmente no campo da educação. O reconhecimento do papel formativo dos quilombos pode contribuir para uma educação mais plural, inclusiva e conectada à realidade dos povos que historicamente têm sido silenciados.
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Referências Bibliográficas
● BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação popular. São Paulo: Brasiliense, 2007.
● CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do movimento sem terra. Petrópolis: Vozes, 2004.
● GOMES, Nilma Lino. Educação e identidade negra: pesquisa e práticas pedagógicas em espaços escolares e não-escolares. In: GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
● HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
● UNESCO. Diretrizes para a educação intercultural. Paris: UNESCO, 2006.
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