O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado José Henrique (PMDB), destacou, na abertura do primeiro encontro regional do Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade, nesta segunda-feira (5), em Ribeirão das Neves, a necessidade de união de esforços entre o poder público e a sociedade para combater as causas da pobreza.
O deputado, que representou o presidente da ALMG, Dinis Pinheiro (PSDB), ressaltou que os programas estaduais e nacionais de combate à miséria ainda não foram suficientes para resolver o problema. Citou dados do IBGE que mostram que 16,2 milhões de brasileiros ainda vivem em situação de pobreza extrema, com renda per capita mensal de até 70 reais.
O deputado Rogério Correia (PT) disse que as políticas de distribuição de renda implementadas no governo Lula possibilitaram que 30 milhões de brasileiros deixassem a pobreza para trás para se tornarem consumidores. O deputado Carlin Moura (PCdoB) reivindicou mais atenção ao ensino público. Já o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) disse que é preciso investir para satisfazer as necessidades básicas da população, como saneamento e transporte público.
O secretário de Estado para o Desenvolvimento do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Gil Pereira, enumerou os vários programas que vêm sendo desenvolvidos para reduzir a pobreza nas regiões mais carentes do Estado. Ele destacou que o governo enviou à ALMG um projeto de lei para conceder incentivos fiscais para as empresas que se instalarem na região, o que já possibilitou o anúncio de implantação de uma fábrica em Montes Claros.
Crescimento desordenado prejudica a RMBH, aponta pesquisadora
A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é marcada pela desigualdade territorial e pela concentração de renda. A avaliação é da professora do Departamento de Geociências da UFMG, Heloísa Soares de Moura Costa, palestrante do encontro regional de Ribeirão das Neves. A professora, que coordenou um estudo sobre o crescimento do Vetor Norte da RMBH, fez um diagnóstico dos problemas sociais da região: na maioria dos municípios, predominam domicílios com baixa renda, e o percentual de pobres é maior naqueles mais distantes de Belo Horizonte.
Um dos principais problemas detectados nesse estudo é a grande quantidade de loteamentos ainda não ocupados nos municípios da periferia da RMBH, o que significa que a região está crescendo sem planejamento. "Ainda cabe mais que o dobro da população atual da RMBH só ocupando esses espaços vazios, e isso é extremamente grave", afirmou a pesquisadora.
Para conter esse crescimento desordenado, Heloísa Costa propõe a adoção de mecanismos de contenção da expansão urbana periférica. "É preciso intensificar o uso dos espaços que já existem, na contramão da dinâmica imobiliária", explicou. Outros pontos importantes para a reorganização do espaço urbano são a criação de vários polos de serviços (além do hipercentro de Belo Horizonte) e a articulação de uma rede de transporte coletivo eficiente.
ALMG