Três estudantes nevenses participam das Paraolimpíadas Escolares, a ser realizada de 26 a 31 de Agosto, em São Paulo. Angelo, Camila e Rosiane levarão o nome de Ribeirão das Neves até a capital paulista representando o Estado de Minas Gerais. O evento reúne atletas paraolímpicos do país inteiro nas modalidades de Atletismo, Bocha, Futebol de 5, Futebol de 7, Goalball, Judô, Natação, Tênis em Cadeira de Rodas, Tênis de Mesa e Voleibol Sentado.
A oportunidade de participar da disputa veio por meio da iniciativa dos próprios cadeirantes do município, que se reúnem às segundas-feiras no Núcleo Esportivo Sócio Cultural (NESC), em Justinópolis, para treinar Tênis de Mesa e Voleibol Sentado. O ex-segurança e cadeirante Fábio Wanderson, de 29 anos, um dos maiores entusiastas da ideia, conta como tudo começou. "Eu sofri um acidente de moto há três anos e tive uma lesão na coluna. Ainda no hospital, procurei locais para a prática de atividades esportivas e, para minha surpresa, havia um Centro em Neves", conta.
Após a grata surpresa de encontrar um local perto de casa para se exercitar, Fábio teve uma triste constatação. "As condições não eram boas. Não tinha cadeiras adequadas, apenas a quadra e um bola velha", conta. As dificuldades, no entanto, não desanimaram o rapaz. "Procuramos ajuda no Governo do Estado, a Secretaria de Esportes nos ajudou bastante, até me parabenizaram pela iniciativa, e agora os meninos vão para São Paulo representar Neves com todas as despesas pagas", comemora.
Fábio conta que para aprimorar a forma e chegar bem à Paraolimpíada, a turma aumentou a carga de treinamento de uma para três vezes por semana, tudo com o auxílio do monitor social Alexandre, que ajuda os jovens voluntariamente. Alex, como é chamado, além de monitorar os exercícios, pega uma Kombi e busca os alunos em casa. Fábio alerta que as atividades, que reúnem ao todo 8 cadeirantes, não acabam devido à força de vontade dos mesmos, e só não há mais praticantes por falta de incentivos.
Para ele, a prática de esportes é excepcional em todos os sentidos, principalmente por se tratar de uma atividade física que faz bem à saúde e por incluir socialmente e proporcionar bem estar aos praticantes. "Queremos mostrar para a sociedade que somos um grupo pequeno, mas que vale a pena investir na gente, pois temos muita força de vontade", finaliza.