Há uma semana, falta energia elétrica todas as tardes em cerca de 25 lojas da Avenida Denise Cristina da Rocha, em Ribeirão das Neves. Para os comerciantes, as vendas no escuro se tornaram um desafio, e o lucro no período do Natal está ameaçado. O transtorno é causado pela sobrecarga em um dos transformadores da região que, segundo os lojistas, começou a apresentar problemas depois da inauguração da filial de uma grande rede de cosméticos.
Os comerciantes vêm tentando encontrar saídas para o problema, mas o uso de velas e luzes emergenciais não ameniza a situação. Em uma das lojas de roupas atingidas pelo “apagão”, o prejuízo chega a cerca de R$ 3 mil. Carlos Antonio Costa, dono do estabelecimento, já registrou sete ocorrências na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Ele calcula que pelo menos 70% dos clientes paguem as compras com cartões de crédito, mas acredita que a falta desse recurso não é o maior problema. “Não podemos fazer nada quando a luz acaba. Não podemos cadastrar as vendas, não recebo mercadorias e, além de tudo, com a escuridão, o risco para a segurança dos funcionários é muito grande”, afirma.
Segundo Carlos Costa, o período do Natal é um dos mais lucrativos do ano e os investimentos feitos, como a contratação de funcionários temporários, podem trazer ainda mais transtornos ao caixa da loja. “Se não estivéssemos nesta época, eu poderia até esperar a resolução do problema, mas os dias estão passando e estou perdendo clientes”, justifica. Para o comerciante, a situação deve se agravar nesta semana, já que foi liberada a primeira parcela do 13º salário e é esperado o aumento no número de pessoas à procura de presentes.
Para outros empresários, a falta de luz diária causa prejuízos incontáveis. Marcos Camargos Pereira, diretor de um curso de informática que funciona na avenida, ainda não sabe dizer a extensão dos danos causados pelo problema. Nos últimos dias, as aulas de cerca de 200 alunos estão sendo paralisadas pela queda no fornecimento de energia elétrica. “Se esse problema virar uma rotina, os clientes podem procurar outros cursos. Não consigo nem calcular o tamanho do prejuízo”, diz o empresário.
Nem a loja da rede de cosméticos recém-inaugurada na região escapa do problema. Quando a luz acaba, os funcionários acionam um gerador movido a diesel, que mantém os caixas e luminárias ligados.
A assessoria de imprensa da Cemig informou que uma equipe técnica constatou que a falta de energia elétrica é causada pela sobrecarga em um transformador, mas que a inauguração da loja ainda não pode ser apontada como o motivo do problema. Segundo a empresa, até o final do dia de hoje o equipamento será substituído por outro mais potente para suportar a demanda dos consumidores. Os usuários que sofrem com quedas de energia constantes podem telefonar para o “Fale com a Cemig” (116) e pedir que seja feita uma avaliação.
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