Há 72 anos nascia em Ribeirão das Neves Henrique de Souza Filho, mais conhecido como Henfil, considerado um dos mais importantes cartunistas brasileiros, que passou a infância e a juventude no município, onde fez o primário e o supletivo noturno. Com muito esforço conseguiu entrar para Universidade Federal de Minas Gerais para fazer Sociologia, curso que abandonou alguns meses depois.
Foi então trabalhar como embalador de queijos, e depois como contínuo em uma agência de publicidade, onde aprendeu a técnica de ilustrador e a produção de histórias em quadrinhos.
Em 1964 teve seu trabalho reconhecido profissionalmente ao ser convidado pelo editor e escritor Robert Drummond a fazer parte da equipe da revista Alterosa, de Belo Horizonte. No ano seguinte foi colaborar com o jornal Diário de Minas produzindo caricaturas políticas.
Em 1967 fez charges para o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro, para a revista Realidade, Placar, Visão e O Cruzeiro. Em 1969 foi para o Jornal do Brasil e O Pasquim onde seus personagens atingiram grande popularidade.
Já envolvido com a política do país, Henfil criou em 1970 a revista Fradim, que tinha como marca registrada o desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros. Além dos fradinhos Cumprido e Baixim, a revista reuniu a Graúna, o Bode Orelana, o nordestino Zeferino e mais tarde, Ubaldo, o Paranóico. Henfil passou a vida defendendo o fim da Ditadura Militar.
Em 1972, quando Elis Regina fez uma apresentação para o Exército brasileiro, Henfil publicou em O Pasquim uma charge enterrando a cantora, apelidando-a de "regente".
O cartunista é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Há inúmeros materiais de divulgação do Partido e de campanha eleitoral ilustrados por ele.
Henfil morreu no dia 4 de janeiro de 1988, no Rio de Janeiro, após uma transfusão de sangue em que contraiu o vírus da Aids.
Ele nos deixou no auge de sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras.
Agência Brasil