A divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) permite traçar um mapa dos locais onde ocorreram tortura e morte durante a ditadura militar (1964-1985). O documento aponta que 25 pessoas foram assassinadas ou desapareceram no estado e lista 24 locais, entre dependências do Exército, Polícia Militar e Polícia Civil, que foram centros da barbárie.
As torturas e mortes ocorreram em dois locais em Ribeirão das Neves: na Penitenciária Agrícola, hoje denominada José Maria Alkimin, e na Colônia Penal Magalhães Pinto. Na capital mineira, os principais foram o 12º Regimento de Infantaria (12º RI), no Barro Preto, e o antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na Avenida Afonso Pena, no Bairro Funcionários, onde hoje funciona o Departamento de Investigação Antidrogas.
Em abril, um relatório parcial divulgado pela Comissão, na época em fase de pesquisa e aprofundamento, já indicava que esses centros clandestinos de tortura na cidade funcionaram no país durante a ditadura militar.
CNV
O relatório final da Comissão Nacional da Verdade foi entregue à presidente Dilma Rousseff na semana passada, em cerimônia oficial no Palácio do Planalto. Dividido em três volumes, o documento é o resultado de dois anos e sete meses de investigação da Comissão Nacional da Verdade.
Instalada em maio de 2012, a CNV foi criada para apurar e esclarecer, indicando as circunstâncias e a autoria, as violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988 (o período entre as duas últimas constituições democráticas brasileiras) com o objetivo de efetivar o direito à memória e a verdade histórica e promover a reconciliação nacional.