A Rede Nós Amamos Neves, o Centro de Estudo, Pesquisa e Intervenção Ribeirão das Neves, as Brigadas Populares, e o Grupo de Teatro Guft preparam, para a próxima segunda-feira (31), em frente à Câmara Municipal, um ato pela liberdade na data que marcará os 50 anos do Golpe Militar de 1964, denominado "Auê pela liberdade - ditadura nunca mais".
De acordo com esses grupos, o Golpe afetou as liberdades e os direitos individuais e humanos no Brasil, iniciando uma violenta ditadura militar, onde as organizações políticas, a juventude, as lideranças sindicais e comunitárias foram duramente reprimidas, presas e torturadas.
Em Ribeirão das Neves, segundo eles, o silêncio também se abateu sobre os presos políticos, como o ex-deputado estadual José Gomes Pimenta, o Dazinho, e Antonio Faria, encarcerados na Penitenciária José Maria Alkimin.
A ideia é, 50 anos depois, ir às ruas para cantar e liberar a voz pela liberdade e pela desativação da José Maria Alkimin, exigindo que em seu lugar se construa uma instituição de educação e cultura. Assim, os grupos querem tornar viva a nossa memória, refletir sobre o direito à verdade, mudar os dias atuais e sonhar com um futuro mais humano e solidário para os homens, mulheres, crianças e jovens dessa cidade.
O golpe
O Golpe Militar de 1964 designa o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, que culminaram, no dia 1 de abril de 1964, com um golpe de estado que encerrou o governo do presidente João Goulart, também conhecido como Jango. Os militares brasileiros a favor do Golpe costumam designá-lo como Revolução de 1964 ou Contrarrevolução de 1964.
Jango havia sido democraticamente eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) na mesma eleição que conduziu Jânio da Silva Quadros, do Partido Trabalhista Nacional (PTN), à presidência, apoiado pela União Democrática Nacional (UDN).
O golpe acarretou profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se herdeiros e continuadores da Revolução de 1964. O regime militar durou até 1985, quando Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, o primeiro presidente civil desde 1964.