Após tomarem conhecimento do andamento das obras do Complexo Penitenciário na antiga Fazenda do Mato Grosso, representantes de várias associações, ONGs, Rede Nós Amamos Neves e populares, fecharam a pista da BR-040 no sentido Belo Horizonte para protestar.
Os cerca de 500 manifestantes fizeram questão de frisar, que, o protesto era pacífico e contra a construção dos novos presídios. O movimento durou cerca de três horas e ao local compareceram várias viaturas da Polícia Federal e Polícia Militar, que acompanharam o movimento e durante todo o tempo negociaram a libração da pista de forma tranquila e sem incidentes.
Durante a manifestação foram entregues aos condutores de veículos alguns panfletos informativos. O grande número de faixas deixava claro o grande descontentamento do povo de Ribeirão das Neves com o governo do Estado de Minas Gerais, que realiza a obra.
O gestor público, Sidney Martins, ressaltou que a oposição está mobilizada e que deverá ser realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa para barrar essas novas cadeias. Ele afirmou que Ribeirão das Neves está bem localizada para acolher empreendimentos industriais ao invés de cadeias.
A presidente da Associação Ambientalista Naturae Vox, a bióloga e professora Márcia Silva, e o presidente da Associação dos Cidadãos pelo Bem Nevense (Aciben), Wilson de Souza Carlos Filho, participaram da manifestação.
O ex-professor da UFMG e morador do Condomínio Vale do Ouro, Michel Marie, que, olhando e apontando para a mata afirmou: "aqui se inicia o Cerrado brasileiro. Destruir a Fazenda do Mato Grosso para construir cadeias, é destruir parte desse Cerrado e da história de Neves".
De acordo com os moradores, o governo do Estado e a Prefeitura sempre alegam não ter recursos para construção de escolas, policlínicas, casas populares e nem para as passarelas, que poderiam evitar mortes no local, porém, encontraram recursos para construir novas cadeias.
Entre as diversas reclamações dos moradores estão a falta de qualidade da energia da Cemig nos bairros da região, o serviço prestado pela Transimão, a falta de professores nas escolas e de ônibus para levar os alunos às escolas. A ausência do prefeito municipal e dos vereadores também foi destacada.
Veja o Manifesto Público em repúdio à vinda do Complexo Penitenciário para Ribeirão das Neves