A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (13) a operação Clístenes, em três estados e no distrito federal, para desarticular uma organização criminosa que prometia a candidatos fraudar urnas eletrônicas nas eleições deste ano. Os envolvidos pediam R$ 5 milhões para candidatos a prefeito e R$ 600 mil para candidatos a vereador ao oferecer o serviço.
"A lábia destes criminosos era tão grande que eles chegavam a afirmar: ‘o trabalho é de 100%, ou o seu dinheiro de volta", contou o delegado Fernando Casarin, chefe da Delegacia de Defesa Institucional da PF no Rio Grande do Sul.
Ao longo das investigações, segundo ele, foi possível constatar que se tratava de estelionato, já que o grupo não teria meios para efetivamente fraudar as urnas eletrônicas. "Eles alegavam que a alteração seria feita através da empresa que supostamente oferecia o software pela Justiça Eleitoral. No entanto, o software em questão é produzido pela própria Justiça Eleitoral", explicou o delegado.
A investigação teve início há cerca de um mês e meio, depois que um prefeito da região metropolitana de Porto Alegre foi contatado pelos criminosos que ofereciam o serviço. Ele então fez uma denúncia à PF, que o orientou a manter contato com os criminosos para, assim, identificar os envolvidos e a forma como agiam.