O vereador Vitório Junior (PT) conseguiu na Justiça Eleitoral a manutenção do seu mandato na Câmara Municipal de Ribeirão das Neves depois que o diretório estadual do Partido dos Trabalhadores entrou com uma ação de perda de cargo eletivo por desfiliação partidária.
O partido tomou a medida depois que o parlamentar petista declarou apoio à candidatura dos tucanos Pimenta da Veiga para o Governo de Minas, de Antonio Anastasia para o Senado Federal e de Aécio Neves para à presidência da República em manifesto no início do mês de agosto.
Após ouvir o vereador, que declarou jamais ter pedido pedido desfiliação do partido, o Ministério Público Eleitoral (MPE) considerou que a conduta pode até configurar justa para a expulsão do filiado, mas, por si só, não leva à automática desfiliação partidária do mandatário e, muito menos, à perda de seu mandato, manifestando-se pela improcedência do pedido do PT. O juiz relator do processo, assim, negou seguimento ao pedido nessa terça-feira (16). Ainda cabe recurso.
Na ocasião, o vereador fez duras críticas à gestão da prefeita Daniela Corrêa (PT) argumentando que a chefe do executivo nevense é ineficiente na questão administrativa e no diálogo com as lideranças. Em nota, a Prefeitura de Ribeirão das Neves disse que a prefeita Daniela não comentaria a decisão pessoal do vereador, mas estranhou que o mesmo defendesse uma "era do avanço" que "não implantou nenhum projeto de arrecadação ou planejamento" para a cidade.
Nesta quarta-feira (17), Vitório Junior afirmou que foi surpreendido pela decisão do diretório estadual do PT, mas que teve muita tranquilidade sobre o processo, pois nunca pediu a desfiliação do partido, apenas declarou apoio aos tucanos.
O vereador também afirmou que pretende entrar com uma ação por justa causa contra o PT viabilizando uma mudança de legenda sem perda do mandato, já que, segundo ele, está caracterizada a perseguição do partido para com o parlamentar. Vitório ainda afirmou que é cedo para falar sobre qual agremiação partidária pode abrigá-lo.