Segundo a Polícia Civil, maior parte dos clientes eram servidores públicos
Uma agente de saúde, de 42 anos, que atuava na rede pública de Ribeirão das Neves, foi presa em flagrante por suspeita de venda de atestados médicos falsos. A Polícia Civil de Minas Gerais desarticulou o esquema durante a operação Veracidade.
A prisão, que foi na última quinta-feira (30/10), ocorreu no momento em que a mulher entregava documentos falsos a uma pessoa. Ela confessou o crime e disse que confeccionava e comercializava os atestados falsos com base em carimbos adulterados, fabricados a partir de dados médicos obtidos na internet e em receituários válidos. Os pedidos eram feitos, segundo ela, por meio de aplicativo de mensagens.
Durante a ação, a polícia localizou, na casa da suspeita, cinco carimbos com nomes e CRMs de médicos, 173 atestados médicos preenchidos e outros 28 em branco, 43 receituários, 31 declarações de comparecimento, oito guias de requisição de exames, um relatório médico e um aviso de alta.
A mulher foi presa em flagrante pela prática dos crimes de falsificação de documentos públicos e particulares, ambos do Código Penal Brasileiro. O material apreendido foi encaminhado ao Instituto de Criminalística da PCMG para perícia grafotécnica e documentoscópica.
As investigações da Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes Contra a Ordem Tributária revelaram um grande esquema de falsificação de documentos médicos, com utilização indevida de timbres da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves e de nomes e registros profissionais de médicos reais, sem o consentimento deles.
Conforme a investigação, os documentos eram utilizavam, em grande parte, por servidores públicos para justificar ausências indevidas ao trabalho.
Estima-se que o prejuízo causado aos cofres públicos ultrapasse R$ 1 milhão, em função do uso reiterado de atestados médicos falsos para obtenção indevida de afastamentos remunerados.

