Desde sua inauguração, em maio de 2014, o sistema rápido por ônibus do entorno da capital, conhecido como Move Metropolitano, é motivo de reclamações de usuários. Dez meses depois, passageiros ouvidos pela reportagem do jornal O Tempo em cinco terminais condenam o modelo e alegam que o novo sistema piorou os deslocamentos da população. Já há movimentos para a retomada do antigo sistema, de ônibus convencionais, como manifestações e até mesmo pedidos de intervenção do Ministério Público.
Ao todo, o sistema tem cerca de 205 mil usuários diariamente. Entre os passageiros, a insatisfação maior está na extinção de linhas que iam direto dos bairros para o centro da capital. De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), não houve extinção de nenhuma antiga linha direta, mas sim a transformação delas em alimentadoras dos terminais, que ligam os bairros até as estações de ônibus. Ainda segundo a pasta, a intenção era "otimizar e racionalizar o atendimento regional". Com a implantação do sistema alimentador, completa a secretaria, subiu a oferta de viagens das linhas alimentadores e troncais do terminal até o centro de Belo Horizonte.
Algumas estações do Move Metropolitano ainda não foram inauguradas, mas operam com estrutura provisória. É o caso de Justinópolis, em Ribeirão das Neves. O embarque é feito em uma estrutura de madeira que fica às margens de um córrego que virou depósito de lixo. Não há banheiros ou bebedouros para os usuários. Além disso, a estação fica no meio de uma avenida e não há nenhuma estrutura que separe o local de embarque. A parada do ônibus é feita na própria via.
A Setop explicou que essas estações são provisórias e que contam com sinalização e até semáforos em seu entorno. Além disso, informou que o DER acompanha a operação e que adverte as empresas em caso de irregularidades.