Após ser denunciada pela precariedade dos ônibus que colocava para circular no bairro Nacional, em Contagem, próximo à divisa com Ribeirão das Neves, a Transimão foi obrigada a recolher vários veículos que estavam em circulação. A empresa era acompanhada desde janeiro deste ano, quando três veículos foram apreendidos devido ao excesso de irregularidades.
Em Ribeirão das Neves, moradores dos bairros Metropolitano, Fazenda Castro e Rosaneves relatam que, nos horários de pico, vários ônibus em péssimas condições são colocados nas ruas. Carros sem estofado nos assentos, goteiras em tempo chuvoso e portas que não se fecham completamente estão entre as reclamações. Usuários da região de Justinópolis afirmam ainda que a maioria dos veículos que circulam na cidade é suja. São frequentes também parabrisas quebrados, bancos em péssimo estado e janelas trincadas.
Segundo Gislene Gonçalves, da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo de BH e região metropolitana, a baixa qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas de ônibus é registrada em outras cidades da Grande BH, como Santa Luzia, Esmeraldas e Sabará.
"Sempre que detectamos irregularidades, entramos em contato com as empresas. Muitas vezes elas informam que novos veículos estão sendo providenciados. Mas, verdadeiras sucatas continuam circulando", afirma.
O descaso das empresas com os passageiros se reflete em números. Em 2010, 10% dos veículos vistoriados pelo DER-MG (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais) foram reprovados. Dos 4.273 veículos fiscalizados, 453 rodavam em condições irregulares. Foram emitidos 2.606 autos de infração.
De acordo com o DER, a Grande BH tem 711 mil passageiros atendidos por 660 linhas, distribuídas em sete RITs (Redes Integradas de Transporte). Fiscalizações são realizadas por equipes, de manhã e à tarde. Itens de segurança, estado de conservação dos veículos e cumprimento do quadro de horários são verificados.