Dos 853 municípios de Minas Gerais, 230 estão em situação crítica para o enfrentamento da pandemia do Coronavírus - dentre eles, Ribeirão das Neves. O estudo foi publicado pela consultoria Aquila com base em indicadores sociais, econômicos e de saúde das cidades brasileiras.
De acordo com a consultoria, integram a lista das cidades em situação crítica aquelas que, por razões financeiras e infraestruturais, potencialmente sofreriam mais com a COVID-19. Para isso, foram levados em consideração dados do Governo Federal sobre o sistema de saúde (quantidade de leitos e profissionais de saúde por morador) e as condições econômicas tanto da administração municipal quanto dos habitantes.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ribeirão das Neves e Santa Luzia preocupam os responsáveis pelo estudo justamente por conta da estrutura do sistema de saúde e dos indicadores econômicos.
"Quando você olha a população vulnerável, o dinheiro que o município tem disponível, a riqueza local e a estrutura de saúde local, você vê que são duas cidades muito vulneráveis. Ou seja, se o vírus entra nesses dois municípios, a chance de haver um colapso é muito maior”, analisou o consultor Rodrigo Neves, responsável pelo estudo.
Ribeirão das Neves, até o momento, não está entre as mais afetadas pela epidemia, com apenas sete casos confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde e nenhum registro de mortes. Porém, o objetivo do estudo não é mapear o cenário atual da propagação da doença, mas identificar quais cidades potencialmente sofrerão mais com a pandemia caso não haja interferência do poder público, seja no estabelecimento de medidas rígidas de isolamento social, seja em investimentos no sistema de saúde.
"Quais são os municípios que hoje têm mais risco, estão mais vulneráveis e têm menos infraestrutura? Não é onde o vírus está. Falar que uma cidade é crítica não quer dizer que ela vai ter problema com a COVID-19. Nosso objetivo foi verificar com números, fatos e dados, estudando a realidade dos municípios do Brasil do ponto de vista de risco e vulnerabilidade, para apontar que estes são os municípios aos quais o Brasil deveria dar mais atenção. É dar um norte racional, metodológico, com ciência”, defendeu Rodrigo Neves.