Uma mulher desesperada por um atendimento médico à sua filha promoveu um quebra-quebra dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Justinópolis, em Ribeirão das Neves. Muito exaltada, ela ameaçou funcionários e danificou parte da estrutura da UPA, depois de esperar cerca de uma hora e 40 minutos pelo atendimento.
A confusão aconteceu no início da noite dessa terça-feira (3) e foi filmada por um paciente. Segundo informações da direção da unidade de saúde, a mulher chegou à UPA às 15h50 e iniciou o tumulto por volta das 17h30. "Ela estava nervosa e cansada de esperar, porque a filha dela estava muito debilitada. De repente, ela levantou da cadeira e começou a gritar e a quebrar várias coisas", disse uma testemunha.
A mulher, que não foi identificada, teve um surto e esmurrou várias portas e os vidros dos guichês. Funcionários chegaram a se abaixar até o chão com medo. A mulher danificou o monitor de um computador, uma impressora usados para a retirada de senhas e uma maçaneta.
Justificativas
Segundo o gerente da UPA, Alessandro de Oliveira, a menina passou por uma triagem e foi constatado pelos médicos que ela apresentava temperatura de 36,5 graus. Ela recebeu uma pulseira verde - que indica quadro médico sem riscos. "Não tinha motivo para isso, porque nem com febre a criança estava. Ela (a mãe) chegou a ameaçar uma médica de morte", disse. Ainda segundo o gerente, no horário da confusão, havia cerca de 50 pacientes esperando, e a unidade funcionava com o quadro normal de médicos - três pediatras, quatro clínicos, um ortopedista e um cirurgião.
Já a Polícia Militar (PM) informou que havia cerca de 150 pessoas na UPA. Segundo o capitão Emerson Melgaço, havia apenas um pediatra para atender, pelo menos, 72 crianças que estavam na fila. Os outros dois pediatras que trabalhavam no hospital estavam atendendo demandas internas, segundo justificativa da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão das Neves.
A PM foi acionada pela gerência do posto pouco depois do início da confusão, mas a mulher deixou o local antes da chegada dos policiais. Apesar dos danos, não foi registrado um boletim de ocorrência, já que a PM necessita da identificação dos envolvidos na ação para fazer o registro. Se for identificada, a acusada poderá responder por ameaça e dano ao patrimônio.