A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu o último domingo do mês de janeiro como o Dia Mundial de Combate à Hanseníase. A data é uma oportunidade para que a população saiba mais sobre a doença e estão previstas ações em vários municípios mineiros. Em Ribeirão das Neves, intervenções teatrais durante todo o mês de janeiro, em unidades de saúde do município, vêm apresentando peças que ensinam a evitar e a lidar com a hanseníase. A equipe utiliza a metodologia do Teatro do Oprimido, na qual um problema real é apresentado como espetáculo teatral. A pretensão é abordar a doença de uma forma lúdica, contribuindo para combater o preconceito e informar a população sobre o assunto.
Os usuários assistem à peça enquanto aguardam atendimento. No desenrolar da trama, são convidados a realizar uma intervenção a fim de tentar solucionar os problemas dos personagens. Em seguida, através da improvisação, o público ajuda a apresentar alternativas que modificam o rumo dos acontecimentos e transforma a realidade do personagem.
A doença
A Hanseníase é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. De evolução crônica, ela afeta a pele e os nervos periféricos, em especial os dos braços e das pernas. Se tratada precocemente e de forma adequada, ela tem cura e não deixa seqüelas.
A doença aparece no panorama nacional como um importante problema de saúde pública. Por isso, exige medidas de controle que devem ser compartilhadas por todos os profissionais de saúde em todos os níveis de atenção. Para isto, é importante o reconhecimento dos sinais e sintomas iniciais, para um diagnóstico precoce e tratamento adequado, visando principalmente a eliminação de fontes de contagio e prevenção de incapacidades que são, na grande maioria das vezes, evitáveis. O contágio pela hanseníase se dá por meio do convívio íntimo e prolongado com os portadores da forma contagiosa da doença, sem tratamento. O período de incubação da doença é de três a sete anos.
Os primeiros sintomas são: manchas brancas e vermelhas, com alteração de sensibilidade ou dormentes, e que podem surgir em qualquer parte do corpo. Os casos de diagnóstico tardio podem, além das manchas, apresentar acometimento de nervos periféricos e, portanto, tem um risco maior de apresentar incapacidades e deformidades nos olhos, mãos e pés.
O diagnóstico precoce, além de diminuir o tempo de tratamento, reduz o risco de contágio e o desenvolvimento de incapacidades e deformidades. O tratamento e feito em ambulatórios, com medicamentos orais, e dura de seis a 12 meses. Não há necessidade de isolamento dos pacientes. Os medicamentos são distribuídos gratuitamente nos Centros de Saúde e pelo Programa Saúde da Família.
Para os pacientes com deformidade instalada há necessidade de atendimento de reabilitação de média e alta complexidade. Nesses casos a Secretaria de Saúde tem utilizado a rede de reabilitação física existente no Estado, numa ação conjunta da Coordenadoria de Dermatologia Sanitária, da Coordenadoria de Atenção à Pessoa Portadora de Deficiência e a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.
Agência Minas