A crise no sistema prisional de Minas já afeta o Complexo Penitenciário Público-Privado (PPP) de Ribeirão das Neves, tido como um presídio-modelo e apontado como uma das saídas para dar conta do aumento da população carcerária. Os presos do local deixaram de assistir às aulas ministradas na unidade e paralisaram as atividades de faxina, capina e outros serviços pelos quais são responsáveis. A "greve" começou na última segunda-feira e veio com uma ameaça de rebelião, é o que mostra reportagem do jornal O Tempo nesta quarta-feira (18).
De acordo com a reportagem, ao contrário das demais, onde a superlotação é o problema, na unidade feita por meio de PPP há relatos de cortes de água e luz em represália a infrações. Os presos alegam que as medidas propagandeadas como exemplo a ser seguido não refletem a realidade. Eles afirmam que o trabalho não é um direito de todos, que a última refeição é servida às 17h30 e que falta material de higiene. Outra reclamação é uma suposta tortura psicológica, com ameaças de agressão.
Diante da situação, familiares de presos recorreram ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A mulher de um detento, que pediu anonimato, afirma que eles tentam negociar com a direção há uma semana, mas estão sendo ameaçados. Em carta de detento enviada ao Ministério Público, ele reclama que os presos estão sendo perseguidos, com aplicações de punições graves sem motivação. A promotoria informou apenas que está ciente dos problemas e que está acompanhando o caso.
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirma que os detentos paralisaram as atividades em uma "manifestação pacífica". A Seds aponta outras reivindicações, como a pernoite de visita íntima e o consumo de cigarro, mas destaca que a decisão de ceder ou não aos pedidos é do gestor privado do presídio.
Sobre as denúncias de tortura psicológica, a secretaria informou que o parceiro privado pode ser punido por qualquer atuação indevida, mas que não há nenhuma denúnc