Foi realizada nesta quarta-feira (28) uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater a prisão do representante da Rede Nós Amamos Neves, Sidnei Moraes Martins, durante a realização do movimento "Grito dos Excluídos", em 7 de setembro. Segundo moradores de Ribeirão das Neves a prisão teria sido uma tentativa de impedir a realização do movimento, o que foi negado pelos representantes da Polícia Militar presentes na reunião.
O representante da Rede Nós Amamos Neves, Sidnei Moraes Martins contou que foi preso, algemado e conduzido à prisão e que teria sido humilhado pelo subtenente Gilberto Soares de Oliveira durante a manifestação.
O comandante do 40º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Luiz Carlos Godinho, negou que a prisão de Sidnei Martins tenha tido como objetivo impedir a manifestação. Segundo ele, o morador foi preso porque suas ações estariam provocando tumulto e por ele ter desrespeitado uma ordem policial. Godinho explicou que no dia 7 de setembro foi solicitado que a manifestação não acontecesse durante o desfile cívico-militar, tendo sido pactuado que, logo que o desfile acabasse, os moradores poderiam entrar na avenida e fazer seu protesto. "O acordo foi cumprido, pois a manifestação aconteceu conforme o combinado", afirmou.
Ainda segundo o relato, durante o desfile, Luiz Carlos Godinho foi comunicado de que teria havido uma prisão por provocação de tumulto. Segundo ele, o morador teria sido preso após desobedecer quatro ordens consecutivas do policial de aguardar o término do desfile para fazer a manifestação. "O que motivou a prisão não foi o conteúdo das faixas, mas a sua postura de procurar causar tumulto", afirmou. Finalizando, ele disse que a Polícia Militar não desenvolve ações para impedir as manifestações da Rede Nós Amamos Neves. Para o policial, a prisão do manifestante foi um fato isolado.
Para o deputado Celinho do Sinttrocel, solicitante da Audiência, "é papel da Assembleia o compromisso de averiguar quaisquer abusos que venham a ocorrer com os cidadãos mineiros".