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Ribeirão das Neves e a verticalização: uma nova característica da expansão

Ribeirão das Neves possui três fases de crescimento populacional peculiares ao longo de sua história. O primeiro momento da época de sua fundação até a década de 1960; o segundo momento, a partir da década de 1970, onde observa-se que o crescimento populacional acompanhou o intenso processo de parcelamento de seu solo urbano, afirmando a estruturação de uma periferia metropolitana altamente adensada, com níveis recordes de crescimento urbano na América Latina; e o terceiro momento, na qual se identifica atualmente uma nova tendência de crescimento, que data dos anos 2000 e se baseia na tendência de verticalização dos imóveis.

A partir dos anos de 1980 e principalmente 1990, tem-se uma tendência a valorização da vida nos condomínios no Brasil, que eram restritos ao entorno das grandes metrópoles e mais voltadas para as classes médias e altas, mas a partir dessa época, passam a ser opção de moradia e estilo de vida também para populações com menor poder aquisitivo. Atualmente, a tipologia das edificações, que estão sendo aprovadas em Neves tem sido predominantemente de conjuntos verticais com até quatro pavimentos e área de aproximadamente 45m² por unidade. Outra tipologia impulsionada no município, constitui-se em condomínios horizontais, com casas geminadas, destinadas à população cuja renda está entre três e seis salários mínimos.

O Censo de 2010 identificou 85.135 domicílios na cidade, sendo 2.331 deles, apartamentos, tendência que tem tido aumento desde os anos de 2000. Segundo dados cedidos pela Superintendência de Regulação Urbana da Prefeitura de Ribeirão das Neves, até junho de 2016, foram registrados 8.559 apartamentos, sendo que não entram nesses números as construções irregulares. Esses dados demonstram o crescimento vertical de Neves, sendo que o número de apartamentos quase quadruplicou em 6 anos. Podemos analisar o exemplo do Bairro Jardim Alterosa, localizado na regional Veneza, onde foi construído em 2013 o conjunto habitacional Residencial Alterosa, com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e que possui 82 blocos de 20 apartamentos, totalizando 1640 unidades.

Atualmente Ribeirão das Neves permanece, no contexto da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como um dos municípios de crescimento populacional mais acelerado, chegando ao ano de 2010 com 296.317 habitantes e estimativa, segundo o IBGE de aproximadamente 322.659 habitantes no ano de 2015.  Esse ritmo elevado de crescimento que vem sendo sustentado na cidade se deve a ocupação efetiva dos loteamentos populares lançados nas décadas anteriores e à continuidade do parcelamento do solo. Com a expansão da cidade de forma vertical, tem-se um impulso ao crescimento populacional inversamente proporcional a melhoria dos serviços públicos da cidade, que já são defasados e não atendem minimamente a população da cidade, ou seja, esse crescimento acelerado impulsionado pela verticalização se torna um problema social.

A expansão e o reconhecimento da existência do fenômeno do aumento populacional conectado a falta de planejamento urbano compõe um desafio para a gestão pública nevense. Estudar a cidade e suas dinâmicas está diretamente relacionado ao aumento da sustentabilidade das políticas públicas e intervenções sociais, já que resulta em maior conhecimento da realidade social e pode sugerir os rumos de tais ações, de forma acertada e que garanta o bem estar da população – o que falta em Neves.

 

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