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ENTREVISTA EXCLUSIVA: Prefeita Daniela detona oposição e avalia CPI como retaliação da Câmara

"Essa CPI pra mim é uma retaliação ao meu veto ao lixão. Vetei porque o povo pediu, em contrapartida a Câmara colocou uma CPI na prefeita para que eu pudesse ter alguma mácula na minha imagem como prefeita do município". Daniela Corrêa.


A prefeita de Ribeirão das Neves, Daniela Corrêa (PT), concedeu entrevista exclusiva ao RN.net, nessa segunda-feira (19), onde foi abordado os principais assuntos do momento na cidade, como o decreto de contenção de despesas e ajuste fiscal, a instalação de uma CPI na Câmara para investigar possíveis desvios de verbas na Saúde, e o famigerado projeto do aterro sanitário que habilitaria o município a receber lixo de toda a RMBH. A petista também foi enfática ao reafirmar sua candidatura à reeleição em 2016 e disse que só Deus pode tirá-la da disputa. Ouça a entrevista completa:

 

Decreto 299/2015

O decreto de ajuste fiscal foi pensado para reduzir os custos, perante à diminuição dos repasses que o município vem recebendo, 30% do valor dos aluguéis e 25% de contratos e convênios que são passíveis de redução. Além disso, a prefeita estima que a jornada reduzida vá gerar uma economia de meio milhão de reais por mês aos cofres públicos.

CPI da Saúde

"A CPI teve sete assinaturas. Dos sete vereadores que assinaram o requerimento, quatro são candidatos a prefeito e um tem o pai que é candidato. Temos que lembrar aos nevenses que há 20 dias atrás eu entrei com o peito na frente de uma guerra para não se instalar um lixão nessa cidade. Acredito que essa CPI é uma retaliação ao meu veto. Nós não teremos dificuldades nenhuma, vamos responder todos os itens.  A questão das UBSs, eu dei ordem em seis, o recurso federal já foi aportado, mas é de 20% da obra, os outros 80% são de recursos do município. Devido a crise, não tivemos condição de colocar dinheiro da prefeitura para continuar as obras", afirmou.

Sobre a questão dos pagamentos ao banco BMG, a prefeita rechaçou qualquer possibilidade de irregularidades. "Em nenhum momento nós gastamos um real destinado à saúde para pagamento de conta em banco. E isso não foi só para o banco BMG. (Foram) todas as instituições bancárias que tinham problemas com o servidor".

PACs

A prefeita falou também sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O PAC 2, em Justinópolis, parou, segundo Daniela, por pendências de duas licenças a serem obtidas junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, R$ 110 milhões da 1ª etapa e R$ 100 milhões da 2ª etapa. Em relação ao PAC Saneamento, a tarefa foi repassada à Copasa, que é a empresa que, além de ter a concessão de água e esgoto no município, tem expertise para fazer as obras, no montante de R$ 66 milhões - a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Santinho, deve ter início em breve, conforme a prefeita. Sobre o PAC Mobilidade, que inclui principalmente a ligação do Centro Industrial à BR-040, além do recapeamento da Avenidade Denise Cristina da Rocha, em Justinópolis, e da região Central, já foi licitado e falta apenas uma assinatura do ministro das Cidades, para que seja dada a ordem de serviço para início das obras, com orçamento de R$ 44 milhões.

Sobre as ruas que precisam ser asfaltadas, a prefeita estima que seriam necessários R$ 200 milhões para resolver o problema de 200 km de vias precárias na cidade. Segundo Daniela, o Governo do Estado está finalizando um projeto para anunciar um convênio que será assinado nos próximos dias para resolver o problema de ruas que apresentam problemas históricos na cidade.

Prêmio IstoÉ

Em relação ao prêmio da revista IstoÉ, que agraciou o município pela aplicação de recursos da Saúde e na Educação, a prefeita explicou que a premiação foi por causa da proporção do investimento nessas áreas em relação à arrecadação do município. "A cada 100 reais que entra na Prefeitura, 41 reais é gasto na saúde e 31 é gasto na educação, e o restante nas outras áreas. O nosso problema é que entra pouca nota de 100 reais, pois a gente arrecada pouco", afirmou.

Saúde

"A UPA Justinópolis está em um momento de transição, pois o (Hospital da) Baleia não queria continuar. Nós construimos, com orientação do Ministério Público, contratamos os próprios funcionários, sem fechar a UPA por nenhum dia, não há a possibilidade de a UPA Justinópolis fechar. O problema é que a demanda é muito alta, são 200 mil habitantes em Justinópolis", avaliou. Sobre a UPA Veneza, a petista afirmou que o projeto está pronto para licitar, mas que a falta de recursos devido à recessão na economia ainda está imperrando a liberação de verbas.

Em relação ao projeto da maternidade, a prefeita revelou que está com negociações avançadas para que seja instalada no sede do Hospital do Câncer, em Justinópolis.

Educação

Para a construção das prometidas unidades da educação básica, a empresa que iria executar as obras faliu. Com isso, está sendo feita uma readequação dos projetos, para que sejam feitas menos unidades, mas com maior capacidade de atendimento.

O novo Uaitec vai abrigar um pólo de tecnologia do programa Minas Digital, chamado "hub de inovação". A proposta deste espaço é servir como escolas digitais, abrigando as startups, as empresas, cursos de graduação e pós-graduação em parceria com diversas entidades.

Política

A prefeita reafirmou, de forma contundente, que será candidata à reeleição no ano que vem, por mais que vários atores insistam no contrário, reclamando inclusive de discriminação de gênero por parte da oposição. "O mais difícil é trabalhar com uma oposição que não tem argumento político para discutir com o governo como a cidade ficaria melhor. Prefere ir para a tribuna desacatar a prefeita, ou, em retaliação a um veto de um projeto que o povo de Ribeirão das Neves não queria, colocar uma CPI", queixou-se.

Em relação ao grande número de pré-candidatos ao executivo, a petista desejou que os postulantes mantenham suas palavras e entrem na disputa até o fim. "É a grande beleza da democracia. O que eu mais gostaria é que todas se mantivessem como candidatos até o fim, que não vendessem suas candidaturas. Façam suas propostas que a população terá o direito de escolher", afirmou.

Sobre a relação com a Câmara, após a questão do lixão e da CPI, a prefeita confirmou que a coisa desandou. "A gente tinha uma relação muito harmoniosa nos primeiros dois anos. Esse terceiro ano foi muito desastroso, percebi em alguns vereadores o desejo de não conversar mais sobre a cidade. Criticar a prefeita, não votar com a prefeita, não há problema nenhum, desde que o interesse não seja privado, particular, pessoal. Em 2015, percebemos um ano difícil. Mas importante lembrar que temos bons vereadores, de diálogo, e é por esses vereadores que a cidade tem caminhado, apesar das dificuldades", avaliou.

 

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