A prefeita Daniela Corrêa esteve na rádio CBN, na manhã desta quinta-feira (23), em Belo Horizonte, para falar sobre pontos importantes de sua administração em Ribeirão das Neves. Em cerca de 45 minutos, a petista falou de temas como segurança pública, saneamento básico, educação, finanças, saúde, asfalto, penitenciárias, investimentos e coleta de lixo.
Segurança Pública
Daniela reforçou que a segurança pública é um tema do Governo do Estado, mas afirmou que sua gestão tem investido na guarda municipal, com frota própria de 17 veículos e cerca de 70 guardas, que reconheceu não ser suficiente. A prefeita ressaltou também a construção de mais um centro do Fica Vivo em Justinópolis e o processo de implementação de 32 câmaras do Olho Vivo, que está em fase de testes, com inauguração em agosto. "O melhor caminho para segurança pública é o investimento social. Precisamos incluir as pessoas, dar uma vida mais paritária para os cidadãos de Ribeirão das Neves em relação às demais cidades, fortalecer o vínculo (do cidadão) com a cidade", afirmou.
Saneamento básico
A prefeita confirmou que cerca de 25% dos domicílios na cidade não tem esgoto coletado e tratado, ao que atribuiu ao baixo nível histórico do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da cidade, mas revelou o montante de investimentos aportados no município. "Nós já conseguimos recursos da ordem de R$ 66 milhões do PAC Saneamento no Ministério das Cidades, repassados à Copasa, que tem concessão de operação na cidade. Ainda neste ano esperamos dar início às obras. A gente percebe um movimento da Copasa a favor do município para diminuir esse déficit de forma emergencial. Nós já temos o plano de resíduos sólidos, que prevê um volume de investimentos necessários em torno de R$ 200 milhões para resolver 100% dos problemas de saneamento", revelou.
Educação
A petista afirmou que encontrou a rede municipal com número elevado de casas alugadas, com aluguéis supervalorizados em relação ao mercado na cidade. "Tratei ontem (quarta-feira) no MEC de 15 novas unidades educacionais e vamos colocar a licitação na rua”, disse. Outros temas que Daniela levantou foram a eleição direta para diretor escolar, a compra de kit escolar de alto padrão, a reforma de unidades próprias, a redução da carga horária dos técnicos em educação e melhoria na carreira do educador infantil. “Em 2014, recebemos o prêmio de gestor nota 10 entre os 50 melhores municípios em gestão escolar na cidade. Na última semana assinamos um pacto para pagamento do Piso Nacional a partir de 2018. Investimos também na formação de conselhos escolares para discutir as demandas com os pais e a sociedade em geral", enalteceu.
Finanças
Questionada sobre a baixa participação de indústrias na participação do PIB (Produto Interno Bruto) de Ribeirão das Neves – no Estado em média é de 29% e na cidade pouco mais de 17% – a prefeita justificou que a cidade cresceu sem planejamento estratégico econômico. "Primeiro, temos que ter o munícipe trabalhando na cidade e gastando seu dinheiro no local. Temos grandes empresas no município e temos buscado o fortalecimento dessas empresas, o próprio mercado vai mostrar que temos um ambiente seguro", disse.
"A Unitec será a maior empresa de tecnologia do hemisfério sul, esperamos um impacto semelhante ao que a Fiat proporcionou em Betim. Estamos falando de tecnologia, o que a Fiat tira de imposto em cinco caminhões cegonhas, vamos tirar (da Unitec) em uma Fiorino", comemorou.
Daniela ainda afirmou que "o empresariado já descobriu que temos mão de obra qualificada, temos mais de duas mil vagas no Pronatec, em dezembro vamos inaugurar o IFMG, a gente tem preparado um campo promissor para que tenhamos quadros promissores para investir na cidade", declarou.
Saúde
A petista reconheceu que a saúde é a dificuldade de todos os prefeitos, ainda mais num município pobre. "Hoje 98% da população utiliza o SUS. O maior investimento no meu governo é em saúde. Alguns PSFs estavam há quatro anos sem médico. Hoje temos pelo (programa) Mais Médicos a presença física do médico. Tínhamos um pouco mais de 50% de cobertura do PSF, hoje temos 70% e o meu desejo até o final do mandato seja de 90%. Nós tivemos uma reforma no hospital São Judas Tadeu, temos 7 leitos de CTI, vamos entregar a maternidade, cirurgia ortopedia, deixarei a UPA Veneza em fase final de obras. Não podemos negar os avanços. Nós temos a cultura de não ter o médico no posto, nós mudamos essa cultura, podem contar com o médico nos PSFs que o médico vai estar lá", manifestou.
Asfalto
Daniela também não escondeu a precariedade de asfalto na cidade. "É talvez o tema mais abordado na cidade. O asfalto diretamente implica em tudo, inclusive na saúde. Temos trabalhado buscando investimentos externos em infraestrutura. Herdei uma dívida de R$ 170 mi, isso inviabiliza o investimento próprio na questão do asfalto. Hoje tenho que escalonar o pagamento devido à cobrança de juros. Eu contrato o tapa buraco, eles iniciam o trabalho e param devido as dificuldades do pagamento", afirmou. A prefeita, no entanto, mostrou-se otimista com o novo alinhamento político com o Governo do Estado. "Temos um cenário muito positivo hoje. Antes, qualquer ação que não fosse trazer bônus, pensava-se em Ribeirão das Neves. Hoje nós temos um governador que conversa com a cidade e quer investir no município", disse.
Unidades prisionais
A prefeita contou que o município não tem nenhum benefício apesar de abrigar várias penitenciárias e sinalizou que a desativação da José Maria Alkimin pode, enfim, sair do papel. "Temos que atender os presos no Hospital, por exemplo, a saúde sofre impacto do atendimento. Estamos conversando (com o Governo do Estado) sobre a desativação da José Maria Alkimin, queremos construir ali um museu. Estamos conversando com a UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) para inaugurar um polo ali, além uma escola municipal, recuperando a autoestima e trazendo valorização para o povo de Ribeirão das Neves", revelou.
Investimentos
Interpelada sobre a baixa arrecadação de ICMS no município, Daniela afirmou que Ribeirão das Neves, sozinha, não consegue mudar essa realidade. "Somos metropolitanos, e a gente precisa de incentivo dos governos. Percebemos esse comportamento do governo do estado, (pleiteamos) um ICMS mais justo, nossa dificuldade é maior. Temos um governador economista, que já foi prefeito, acho que ele tem uma proposta melhor para o ICMS. Em torno de 10% mês da arrecadação", avaliou.
Coleta de lixo
Por fim, a prefeita reconheceu que a rota do caminhão de lixo ainda não atende todo o município e pediu maior consciência dos munícipes. "Temos uma rota que atende 80%, temos que ampliar a rota, o que causa aumento de despesa. Nós precisamos que o cidadão respeite o horário que o caminhão passa e coloque o lixo para fora no horário adequado. Temos que acondicionar melhor o lixo, cada um deve ter sua lixeira, não fazendo depósito de entulho em qualquer lugar, precisa de consciência cidadã. Em alguns meses teremos condições de ampliar a rota, mas precisamos de educação ambiental. Nós vamos mandar um projeto de lei para a Câmara para penalizar quem não se responsabilizar pelo lixo que produz", concluiu.
A entrevista está disponível no site da rádio CBN.
