Música boa e gente animada. Foi com esses ingredientes que aconteceu nesse sábado (17), na E. E. Guerino Casassanta, em Justinópolis, o Grito Rock 2012, organizado pelo Coletivo Semifusa. Nem mesmo a fina chuva que caiu na cidade desanimou o público, que prestigiou o evento do início ao fim.
Quem abriu os shows foi a turma do 'Massacre Nuclear', da região do bairro Veneza, que arrepiou no palco com seu som pesado e cru. O guitarrista Victor ficou super agradecido com a oportunidade de tocar em sua cidade: "Foi uma ótima oportunidade, um voto de confiança da organização, para tocar com bandas consagradas. Um privilégio", destacou.
Em seguida, foi a vez das bandas de fora tocar. A Arda, de Belo Horizonte, surpreendeu quem estava em frente ao palco com uma mistura de blues e rock. A Metamorfone, de Contagem, levou ao público uma mistura de um som aparentemente light, mas com uma a batida forte, resultando num ritmo intenso. E, para fechar a participação dos "estrangeiros", a banda Pleiades, de BH, mostrou a presença de palco da vocalista Cinthia, que colocou fogo no palco e na galera com o som do grupo.
E para encerrar o Grito Rock 2012, a fera nevense, Tiago Rodrigues, mostrou toda a sua habilidade com os acordes e vislumbrou alguns solos que deixou o público exaltado. "É uma felicidade tocar no Grito Rock com as pessoas com as quais eu cresci, com os nossos amigos e, principalmente, para os nossos amigos", destacou. O músico teve ainda a oportunidade de gravar um vídeo-clipe colaborativo da música "Realidade Ilusória", que segundo ele faz uma reflexão sobre o mundo dualístico em que vivemos atualmente.
Muito além da música
O Grito Rock 2012 em Ribeirão das Neves propiciou ao público atrações que não ficaram restritas à música. Na sexta-feira (16), a organização exibiu, na Casa da Cultura, o filme 'Bollywood Dream', que conta a história de três atrizes brasileiras que decidem tentar a sorte na indústria cinematográfica da Índia e o contraste entre o oriente e o ocidente, o ancestral e o novo, entre os valores individuais e coletivos.
No sábado, paralelo aos shows, o Grito Rock apresentou uma exposição com as ilustrações de Rodrigo Martins. O artista definiu seus desenhos, carregados de simbolismo e poesia, como a eternização dos registros históricos vividos por ele. Segundo Rodrigo, o Grito Rock foi "a prova da manifestação cultural em Neves, que precisa de incentivo político para aparecer".
Houve também a encenação de Lucilene França, parte do Grito Encena, que também agrega o Grito Rock, como uma atividade concomitante ao evento. Teve ainda a exposição de poesias do Orfel, selecionadas pelo Fora do Eixo Letras e que fazem parte do evento integrado.
De acordo com a Coordenadora de Comunicação do Coletivo Semifusa, Mariana Gonçalves, a edição 2012 do Grito Rock surpreendeu pela participação do público. "Imaginávamos que a chuva iria espantar a galera, ainda mais por ser em Justinópolis, mas o público foi muito receptivo, e o pessoal (do centro) de Neves também veio", comemorou.
Ainda segundo Mariana, atrações extras, como a exposição de trabalhos artísticos e as encenações teatrais trouxeram mais brilho ao evento. "A cada evento o Coletivo Semifusa cresce mais e, assim, criamos uma estrutura melhor", finalizou.