O artista Paulo Nazareth participa, pela segunda vez, da Bienal de Veneza, na Itália, ao lado de outros artistas internacionalmente renomados. Assim como em 2013, quando foi convidado pela primeira vez para participar da mais famosa bienal de arte do mundo, Paulo Nazareth não foi a Veneza. E, nos dois casos, pelo mesmo motivo: prometeu só pisar na Europa depois de passar por todos os países do continente africano.
Naquele ano, o artista apresentou, num barracão do bairro Veneza, em Ribeirão das Neves, o mesmo trabalho que estava na Itália. Agora ele repete o gesto, em escala ampliada, com a realização da 2ª Bienal de Veneza/Neves, aberta num imóvel com construção inacabada.
"Nem todos os barcos levam à mesma Veneza", brinca o artista, em entrevista ao jornal Estado de Minas. "A de Neves é o outro lado da italiana", acrescenta, ressaltando a disparidade de condições das duas cidades homônimas, sendo a de Minas um bairro "de trabalhadores humildes, altamente estigmatizados pelo comércio de drogas e pela cor de sua pele".
O barracão onde vai ser realizada a exposição deve se tornar sede da Fundação Bienal de Veneza/Neves. O projeto é que seja um centro cultural com atividades permanentes, em especial oferecendo programa de residência para artistas.
As andanças de Paulo Nazareth pelo mundo e a obra dele podem ser vistas nos blogs www.cadernosdeafrica.blogspot.com e latinamericanotice.blogspot.com.br.
2ª Bienal de Veneza
Local: Rua Nossa Senhora do Rosário, 51, bairro Veneza, Ribeirão das Neves
Horário: De quarta a domingo, das 10h às 18h. Até dia 22 de dezembro
Informações: (31) 8506-6085 (Júlio Nazareth)