Inspirado na descoberta de um território que se revelou um campo fértil para suas esculturas, o artista plástico Carlim Crepaldi deu início a um trabalho original e questionador.
O que na natureza já havia encerrado seu ciclo, renasce nas mãos do artista. Troncos e galhos ganham formas surpreendentes em cada trabalho.
Em entrevista ao Programa Histórias da Cidade, da Rede Minas, Carlim afirmou que o primeiro passo para se trabalhar com esculturas em madeira é limpar bem a matéria-prima, eliminando bactérias e parasitas que consomem o material ao longo do tempo.
Segundo o artista, no primeiro contato com a madeira é analisada a forma que ela tem e, depois, é que se verifica aonde ela vai ser aproveitada. "Acontece também da própria peça estar pronta, uma escultura que só precisa ser limpa e colocada numa base."
Há três anos, ele redescobriu a técnica da Arte Povera, ou Arte Pobre, surgida na Itália nos anos 60, e fez dela sua expressão. "É uma arte simples, não convencional. Pau, ferrugem, pedra, argila, arame, o pigmento que a terra oferece, cipó. Seria uma forma de a arte chegar até o povo".
Ainda no início da carreira de artista, ele já sonha alto. Quer produzir novas peças que levem a cultura mineira e um pouco de Ribeirão das Neves para outros continentes. "Minha intenção é conseguir acesso a alguma galeria de arte. Eu não sei se o trabalho da gente tem alguma chance de chegar até lá, mas a intenção é conseguir entrar em qualquer galeria, seja maior ou menor".