O deputado estadual Iran Barbosa (PMDB) afirmou nesta quinta-feira (11), em entrevista à rádio Itatiaia, que denunciará todos os policiais militares que estavam na ocorrência em que seu pai, o ex-deputado e pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão das Neves, Irani Barbosa, foi preso.
A detenção foi realizada na tarde dessa quarta (10), em Justinópolis, porque Irani estaria portando sem autorização uma pistola 635. A Polícia Militar (PM) diz que abordou o político após um motociclista procurá-la e contar que, em uma discussão no trânsito, havia sido ameaçado pelo candidato com uma arma.
Iran, que esteve no local da ocorrência, acusou um policial de "plantar" a arma no veículo do pai e afirmou também que houve crime no fato de um militar manusear o objeto sem usar luvas. Ele revela que vai denunciar o caso à procuradoria da PM e pedirá o afastamento de todos os PMs que estiveram na abordagem, pois teriam sido "omissos" com a atitude denunciada. A Polícia Militar rebate as acusações.
"Estou indo apresentar na Corregedoria o vídeo onde o tenente responsável por toda a operação de ontem é visto, não só em vídeo, mas por mais de 30 testemunhas, manuseando a arma de maneira a desmontá-la, pegando no pente e nas balas, contaminando todas as provas", afirmou Iran.
"Dessa forma, rendendo o que o comandante do 40º Batalhão colocou, quando falou que, hoje, a arma se encontra impossível de identificar porque nem as impressões digitais podem ser colhidas mais", continuou.
O deputado levantou a hipótese de a pistola ter sido colocada no automóvel por outro policial, o que, de acordo com ele, "na hora da apreensão pode ter gerado desconforto no sentido de que qualquer investigação das impressões digitais pudessem revelar impressões de policiais na parte interna da arma".
"A preservação de provas, quando se quer fazer, e quando se quer fazer bem feito, pode ser feita claramente. Esse não foi o caso do tenente, não foi o caso dos outros 16 policiais que estavam presentes, porque no momento em que ele [o tenente] fez aquilo, deveria ter recebido ordem de prisão pelos outros policiais, que se omitiram e, assim, incorrem no mesmo crime, motivo pelo qual estou pedindo o afastamento de todos", declarou.
PM promete ir à Justiça contra deputado
Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira, o comandante da 2ª Região da PM, coronel Roberto Lemos, afirmou que a corporação acionará a Justiça contra o deputado por calúnia, difamação e injúria.
"Não aceitamos o rótulo que ele está impondo aos militares, que arriscam sua vida diuturnamente para manter a paz e a ordem, muitas vezes em detrimento de pessoas que não fazem jus a esse risco de vida", afirmou Lemos. "A indignação principal é por atribuir os policiais militares como integrantes de quadrilha, mafiosos e criminosos".
O coronel disse entender que, se Irani Barbosa nada tivesse a dever, permitira que a PM realizasse a revista no seu veículo logo ao ser abordado. "Se ele não permitiu e exigiu que aguardássemos a chegada de um deputado é porque devia alguma coisa. A pessoa de bem não faz isso. Ela, de imediato, proporciona à Polícia Militar a vistoria", critica.
Ele também apontou que a família Barbosa é alvo de outras acusações. "O povo não é bobo mais. Não adianta querer fazer armação para se eleger. Essa fase já passou. Eles têm um hall de processos no Tribunal de Justiça Estadual contra eles. A imprensa divulgou diversos crimes cometidos por eles. É o que eu li na imprensa, é o que consta nos arquivos dos jornais. Não tem nada a ver desviar o foco para cima da Polícia Militar", afirmou.