O agente penitenciário Marcos Antônio Rodrigues de Oliveira Nogueira, de 39 anos, suspeito de roubar 45 armas da Central de Escoltas de Ribeirão das Neves, disse que foi forçado a cometer o crime, em depoimento prestado nesta segunda-feira (16), na última audiência do caso. Ele afirmou que estava sendo ameaçado por um agiota que atuava na Central, a quem devia R$ 30 mil.
Marcos Antônio negou que tenha dopado os demais agentes do local, mas confirmou que levou as armas e arranjou a venda de duas delas. Ele disse ainda que não pode contar quem o ameaçou, porque teme pela sua segurança e de sua família. Ele está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e disse que já sofreu várias agressões por ser agente penitenciário.
Quem também mudou o depoimento foi o irmão dele, Arthur Rodrigues Oliveira Nogueira, 24, que disse não ter nenhuma participação no roubo ou na venda das armas. Ele está no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.
A defesa fez o pedido de revogação da prisão preventiva dos dois irmãos, mas o Ministério Público emitiu parecer contra. Ambas as partes vão dar suas alegações finais antes da sentença.
Wanderley Metzker, de 46 anos, suspeito de comprar uma das armas, também foi ouvido e disse que adquiriu a pistola por segurança, visto que sua casa já havia sido roubada várias vezes. Já Washington Luiz Soares, de 39 anos, suspeito de vender as armas, afirmou que realmente intermediou a venda das armas, mas disse que não sabia que eram as roubadas da Central de Escoltas. Os dois respondem ao processo em liberdade.
O caso aconteceu no dia 24 de março. Na ocasião, foram roubadas 39 pistolas de calibre .40, seis submetralhadoras e cerca de mil cartuchos de munição utilizados na escolta de presos da cidade. Os responsáveis pela segurança do local estavam dormindo no momento do roubo e alegaram terem sido dopados. De acordo com a Polícia Civil, 41 das 45 armas roubadas foram recuperadas.