Conhecido por suas cidades históricas erguidas durante o século XVIII, o Estado de Minas Gerais é terreno fértil para profissionais de restauração. O projeto Usina do Trabalho, em parceria com o Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG), capacita mais de 30 estudantes da rede pública de ensino médio para atuarem como assistentes de restauradores.
As atividades são divididas em momentos teóricos e práticos e tiveram início em 8 de abril. Nesta terça (4) e quarta-feira (5), os alunos terão contato com atividades práticas como marcenaria e caiação. As aulas serão realizadas no Museu de Artes e Ofícios, na praça da Estação.
A estudante do 3º ano do ensino médio, Geiziele Moreira, participou de uma visita técnica e ficou muito satisfeita. Segundo ela, o curso é uma chance a mais na conquista do primeiro emprego. “Meu sonho é poder ajudar a minha família e se eu me qualificar e estudar mais, posso conseguir o que quero. Esse curso vai enriquecer meu currículo”, disse à Agência Minas.
A estudante ressaltou também que o curso será um incentivo para tentar o vestibular e também concursos públicos. “Depois que eu conseguir o meu primeiro emprego quero tentar o vestibular para o curso de história. Acho que tem tudo a ver com o curso de restauração, pois lida com os cuidados que podemos ter com artefatos antigos e, claro, com os novos. Se possível, quero trabalhar em algum museu, pois admiro esses espaços que procuram manter o antigo sempre em alta”, disse.
O curso
Os alunos têm contato com disciplinas específicas da área da conservação e matérias complementares, como história, química, física, biologia, fotografia, empreendedorismo, ética e cidadania, entre outras. Além disso, eles realizam trabalho de campo e pesquisa nas cidades históricas de Minas que concentram bens tombados pelo patrimônio cultural.
Os jovens beneficiados recebem bolsa-auxílio no valor de R$ 150, vale-transporte, uniforme, lanche e todo o material necessário para as aulas. As oficinas gratuitas são desenvolvidas no Museu de Artes e Ofícios, em laboratório equipado e adaptado para esta finalidade. O curso tem duração de seis meses e conta com a parceria da Fundação Dom Cabral e das prefeituras de Belo Horizonte e Nova Lima.