Os moradores de Ribeirão das Neves enfrentam na manhã desta segunda-feira (12) os reflexos da greve dos rodoviários. Desde as primeiras horas do dia, houve registro de grande acúmulo de pessoas nos pontos de ônibus devido ao baixo número de coletivos circulando.
A greve fez com que vários trabalhadores perdessem o dia de serviço. A professora Laura Caldeira, que mora no bairro são Judas Tadeu e ficou uma hora no ponto sem que passasse um ônibus com destino a Belo Horizonte, fez críticas à situação. "Nossa política deveria ser a favor do povo, mas tenho certeza que nenhum político precisou de ônibus para trabalhar hoje", afirmou.
Já o publicitário Antonio Benvindo, morador do bairro Neviana, ficou quase duas horas no ponto às margens da LMG-806 esperando uma lotação. Segundo ele, os usuários optaram por ir andando até a BR-040 em busca de uma condução, mas desistiram depois de constatar que as pessoas que lá estavam também haviam desistido de esperar.
Quem optou por ir de carro para o trabalho também encontrou problemas. Na BR-040, um acidente envolvendo uma carreta e uma pick-up deixou o trânsito lento e provocou engarrafamento quilométrico. Na região de Justinópolis e Venda Nova, o aumento no volume de veículos deixou o fluxo com retenções em vários trechos.
Impasse
Motoristas e cobradores revindicam reajuste salarial de 49%, 30 folhas de tíquete-alimentação de R$ 15, a instalação de banheiros femininos nos pontos finais, participação nos lucros e resultados (PLR) e uma jornada de trabalho de seis horas diárias. Os sindicatos das empresas de ônibus propõem reajustar em 13% o salário dos motoristas e trocadores - condicionado ao aumento de 20 minutos na jornada de trabalho diária - e de 9% para a manutenção e administração.
As empresas também oferecem um aumento de 6% no ticket-alimentação, R$ 150 na participação dos lucros (para quem ganha até R$ 1.000), e R$ 300 para quem recebe acima desse valor. Outra proposta aos motoristas e trocadores é o aumento de 6%, sem mudança na carga horária.