O Dia Mundial de Luta contra a Aids, lembrado nesta quarta-feira (1º), une forças para conscientizar e despertar nas pessoas a necessidade da prevenção. Com o slogan “O preconceito como aspecto de vulnerabilidade ao HIV/Aids”, o público alvo definido para a campanha são jovens de ambos os sexos, faixa etária em que a epidemia avança. Para reforçar a luta, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais produziu spots que serão veiculados em rádios da capital e do interior.
Apesar da tendência de queda na incidência da doença no Estado, já foram notificados 19.580 casos entre de 2000 e 2010. Em Minas Gerais, a maior parte dos casos de Aids se concentra na faixa etária de 25 a 49 anos. Porém, nos últimos anos, tem-se constatado também um aumento percentual de casos na população acima de 50 anos.
De acordo com a coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES-MG, Márcia Cortez, a escolha do público alvo da campanha leva em conta critérios epidemiológicos e comportamentais. “Os jovens em geral se expõem mais e têm mais parceiros casuais, representando 11,36% dos 19.580 casos de Aids notificados de 2000 a 2010”, comentou. Cortez lembra, ainda, que 40% dos jovens não usam preservativo em todas as relações sexuais.
A campanha deste ano tem como objetivos dar maior visibilidade às questões de qualidade de vida de quem convive com o HIV/Aids, combater o estigma e a discriminação que recaem sobre as pessoas que vivem com o vírus e fazer com que os jovens reflitam sobre seus comportamentos. No Estado, mensalmente, são distribuídos cerca de dois milhões de preservativos masculinos.
Aids em Minas Gerais
O número de casos de Aids notificados em Minas Gerais desde o início da epidemia, em 1982, até início de setembro 2010 é de 31.976. Ao longo dos anos, a epidemia vem mudando seu perfil. Estudos mostram que está havendo uma heterossexualização em Minas Gerais. O percentual de casos entre os heterossexuais até 1989 era de aproximadamente 10%, com 43 casos. Hoje, chega a 50%, com 406 casos.
Observa-se também a feminização da epidemia em Minas Gerais. No período de 1982 a 1989, havia 52 casos de Aids em mulheres e 360 homens. Hoje, há 266 casos em mulheres e 542 em homens, um aumento de 500% no número de casos em mulheres.
Apesar das grandes cidades concentrarem o maior número de casos, como Belo Horizonte, que atualmente registra 8.003, e Juiz de Fora, com 2.431, observa-se a tendência de interiorização da doença, com mais municípios a cada ano tendo registros. Em 2004, eram 586 municípios. Hoje, 683 já registram casos. “A interiorização é um tendência em Minas e no Brasil. A mudança de comportamento da população fez com que a doença deixasse de circular apenas nos grandes centros, partindo para municípios menores”, avaliou Cortez.
Os municípios com maior prevalência dos casos de Aids de 1982 a 2010 são: Belo Horizonte (8.003), Juiz de Fora (2.431), Uberlândia (1.888), Contagem (1.633), Uberaba (1.401), Betim (885), Ribeirão das Neves (650), Governador Valadares (543), Araguari (466), Poços de Caldas (417), Santa Luzia (417), Ipatinga (416), Divinópolis (344), Sete Lagoas (312), Ituiutaba (282), Sabará (272), Montes Claros (269), Itajubá (269), Pouso Alegre (248) e Araxá (234).
Agência Minas