A gravidez indesejada, aos poucos, deixa de ser um problema enfrentado pelos jovens mineiros. Os adolescentes estão mais responsáveis em relação ao sexo. Pelo menos é o que indica a pesquisa do Ministério da Saúde (MS), divulgada em setembro. Em Minas Gerais, o número de partos realizados em meninas entre 10 e 19 anos reduziu 33,2% nos últimos dez anos. Uma queda superior à média nacional, que foi de 30,6%. Entre as razões para esse cenário está o acesso dos jovens às políticas públicas de orientação sexual.
A prevenção à gravidez foi um dos temas mais debatidos em seminários e capacitações realizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) em centros de ensino e Unidades Básicas de Saúde (UBS) espalhadas em Minas. O programa Saúde na Escola, que desde 2005 percorre as cidades mineiras, ajudou a esclarecer pais e filhos sobre questões relativas à sexualidade. “Essas ações foram fundamentais para a redução indicada na pesquisa”, explica o médico Fernando Libânio, referência técnica estadual em Saúde do Adolescente.
Embora a redução seja positiva, o índice de gravidez precoce no Estado ainda é alto. Em 2008, cerca de 42 mil jovens entre 10 e 19 anos se tornaram mães. A maioria delas vive no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha. “O Estado possui diferenças regionais que precisam ser trabalhadas”, avalia o médico. “Estamos, entretanto, no caminho certo”.
Esse caminho passa pelas escolas. Segundo Libânio, as instituições de ensino são os locais apropriados para disseminar conhecimento entre os jovens. “Quanto mais o adolescente sabe sobre si, sobre seu corpo, mais ele planeja sua vida sexual, mais responsável ele será”. O programa Saúde na Escola levou palestras sobre sexualidade para colégios estaduais de 155 municípios. O tema também está na grade curricular do ensino fundamental da rede pública.
Palestras
Uma das escolas que recebeu o programa foi a Maria da Glória Assunção, em Ribeirão das Neves. Em fevereiro desse ano, técnicos da SES realizaram palestras para alunos e professores. Houve apresentações de métodos contraceptivos. Os jovens conheceram também os atrasos de vida que uma gravidez indesejada acarreta, como a dificuldade em prosseguir nos estudos e arranjar emprego. “Fizemos uma boa parceria com a Secretaria Estadual de Saúde”, lembra a diretora Patrícia Aparecida.
Agência Minas