Na madrugada de domingo (8), dia das mães, Kátia e Luciano, casados há dois anos, chegaram ao hospital São Judas Tadeu após a jovem sentir as primeiras contrações de uma gestação saudável. O que era para ser um momento especial para a família, acabou se tornando um pesadelo.
Ao chegar na recepção da unidade de saúde, o casal foi informado que deveriam procurar outro hospital, pois ali não haviam médicos. Maria Aparecida Alves, avó do bebê, disse à atendente não ser possível removê-la dali nas condições em que a jovem se encontrava.
"Ela falou pra nós que não tinha médico. Que podia pegar o carro e voltar para traz e procurar outro hospital. Só que eu peguei e falei com ela que não podiamos sair com ela daquela forma. Ela disse que não tava na hora de o neném nascer", disse a avó.
Kátia começou a passar mal e foi levada para o banheiro. O marido, preocupado, pediu ajuda. Neste momento, o inesperado: a mãe entrou em trabalho de parto ali mesmo, um espaço pequeno, apertado, com riscos de infecção muito grande. Desesperado, o pai saiu gritando, em busca de ajuda, pelos corredores do prédio.
De acordo com Luciano, apesar da insistência nos pedidos, as enfermeiras se negaram atender a mãe, alegando não haver médicos para ajudá-las.
Depois que a polícia foi chamada, uma enfermeira correu até o banheiro para examinar a criança e, em seguida, mãe e filho foram levados de maca para um quarto.
Ouvida pela reportagem da TV Alterosa, a Dra. Suzana Horta, coordenadora de plantão do São Judas Tadeu, disse que o fato poderia ter ocorrido em qualquer hospital. "A paciente chegou aqui às 6hs da manhã e não havia médico de plantão na parte da obstetrícia e nem da pediatria naquela noite. Mas a paciente foi orientada a procurar ou o Sophia Feldman ou o Risoleta Neves para poder realizar o parto dela".
A coordenadora alegou ainda que a jovem foi atendida por um plantonista de outra especialidade. "Na hora que ela foi no banheiro, já tinha médico e ela foi socorrida prontamente pelo colega anestesista. Ele desceu logo que foi avisado, ele estava no terceiro andar, e desceu para poder socorrê-la".
A coordenadora afirmou que estão faltando médicos obstetras e pediatras para plantões no fim de semana, e que há vagas para contratação imediata. Ela alegou ainda que o problema é nacional.