Entre os fatores de risco está a coexistência de doenças crônicas, como diabetes mellitus, calogenoses, asma brônquica, hipertensão arterial, presença de anticorpos contra a dengue de uma infecção anterior, idade inferior a 15 anos e resposta individual específica.
“Muita gente acredita que a febre da dengue é um incômodo que passa com o tempo, que somente quem já teve a doença deve se preocupar. Isso é um erro. Todos os pacientes devem receber atenção médica e orientação para identificar sinais de alerta, mantendo-se em observação durante o período febril”, explicou a médica Adriana Mafra.
A doença
A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, infectado pelo vírus. Ela pode se apresentar nas seguintes formas: dengue clássica, dengue hemorrágica e dengue com complicações.
Geralmente, a doença inicia-se de forma repentina e dura de dois a sete dias. A pessoa infectada tem febre alta (acima de 38,5°C), associada a pelo menos dois sintomas, como dores de cabeça, cansaço, dor no corpo e nas articulações, dor atrás do olho (retrorbitária), falta de apetite, indisposição, enjoos, vômitos e manchas vermelhas na pele.
As manifestações hemorrágicas podem ocorrer após o terceiro ou quarto dia da doença, quando surgem sangramentos nasais, gengivais, urinários, gastrointestinais ou alterações menstruais. Para ser considerada dengue hemorrágica, é necessário que ocorram sangramentos associados à diminuição da dosagem de plaquetas (menor que 100 mil/mm³), aumento da permeabilidade capilar, elevação do hematócrito em 20% e hipoalbuminemia ou derrame pleural ou ascite.
Sinais de alerta
O cuidado com a dengue hemorrágica deve ser redobrado, pois é uma manifestação mais perigosa da doença e a mortalidade chega a aproximadamente 3%. A recomendação é que a partir dos primeiros sintomas, a pessoa procure o serviço médico. É o profissional de saúde quem deverá decidir sobre a melhor forma de tratamento.
Adriana esclarece, ainda, que a mortalidade pela doença vai depender do tratamento precoce e adequado. Segundo ela, quanto mais rápido a pessoa procurar os serviços de saúde, mais chances existem da doença evoluir sem complicações. É necessário, portanto, estar atento aos sinais da forma mais grave da doença.
“A dengue tem tratamento. É certo que não existe medicamento específico contra o vírus, mas o diagnóstico preciso, o reconhecimento dos sinais de alerta, entre outros, pode impedir complicações sérias. Portanto, a análise clínica é fundamental para a evolução favorável da doença. E é importante que a hidratação seja iniciada antes mesmo da avaliação médica”, informou.
Agência Minas