Cerca de 25 mil mineiros, de 18 a 29 anos, estão tendo a oportunidade de concluírem o ensino fundamental graças ao Projovem Urbano, parceria entre União e Estado, que leva a 62 municípios todo o suporte para que milhares de jovens concluam as atividades de 5° a 8° séries. Para viabilizar a permanência no Projovem Urbano, os alunos recebem uma bolsa-auxilio de R$100 por mês. Em contrapartida, precisam ter 75% de frequência e dedicação às atividades.
A maior parte dos beneficiados é de famílias pobres - jovens que começam a trabalhar cedo e abandonam os estudos. O programa existe desde junho de 2009 e tem o objetivo de elevar a escolaridade dos trabalhadores, propiciando sua inserção no mercado de trabalho e o desenvolvimento de ações comunitárias.
A subsecretária de Assistência Social, Roberta de Lima, acredita que o programa desperta no jovem a vontade de voltar a estudar, promovendo seu retorno ao sistema de educação. “É uma oportunidade de resgatar o ensino fundamental e a qualificação, base mínima da inserção da juventude no mundo do trabalho. Além de resgatar a lacuna criada com o tempo fora da escola, possibilita a inserção no mundo do trabalho”, ressaltou.
Com duração de 18 a 20 meses, o Projovem envolve os participantes em matérias específicas como ciências humanas, língua portuguesa, inglês, matemática, ciências da natureza, participação cidadã e também em atividades de pesquisas de campo, palestras, relacionadas à qualificação profissional, construção e reparos, agroextrativismo, telemática, saúde, serviços domésticos.
O coordenador pedagógico Pedro Daudt conheceu de perto a realidade dos alunos de Muriaé, na Zona da Mata. “As turmas estavam cheias e os alunos muito satisfeitos com os educadores e com o programa”,contou. Para este ano, a previsão é que novos municípios sejam incluídos no programa. Podem participar jovens que saibam ler e escrever, mas não concluíram o ensino fundamental.
Volta à sala de aula
Com a chegada do Projovem Urbano no município de Campestre, no Sul de Minas, a ex-costureira Clarete Gonçalves Magalhães, de 25 anos, encontrou a oportunidade para retomar seus estudos. A necessidade de trabalhar e cuidar dos pais, hoje falecidos, interrompeu por 12 anos a frequência dela nas salas de aula. “Mudei de cidade e comecei a trabalhar muito cedo, depois voltei para Campestre para cuidar dos meus pais e só agora pude retomar meus estudos. Sempre tive vontade de voltar e só agora foi possível”, explicou.
Com boas perspectivas para o futuro, a jovem, que termina o ensino fundamental no fim deste ano, acredita que com a elevação de sua escolaridade as chances para conseguir um bom emprego vão aumentar e aproveita tudo que o programa oferece. “Estou gostando muito porque a gente aprende de verdade e os colegas também são interessados. Ainda tenho oportunidade de fazer um curso de computação e outro básico na área de saúde. Isso tudo me aproxima do meu objetivo, de me formar em enfermagem mais tarde”, declarou.
Agência Minas