O estado de Minas Gerais encerrará o ano de 2025 com uma dívida pública superior a R$ 201 bilhões. O saldo devedor – composto por valores devidos à União e a instituições financeiras – é 75,3% superior ao registrado em janeiro de 2019, quando o governador Romeu Zema (Novo) assumiu o primeiro mandato como chefe do Executivo estadual. Naquele ano, o débito era de R$ 114,7 bilhões.
O mais recente boletim da dívida de Minas, divulgado pela Secretaria de Estado de Fazenda com dados de novembro de 2025, aponta que 88,2% do débito (R$ 177,4 bilhões) é formado pelo montante que o estado deve à União. Outros R$ 16,39 bilhões dizem respeito a contratos com outras instituições financeiras, enquanto cerca de R$ 7,21 bilhões são descritos como ‘outras dívidas’.
Se considerados apenas os últimos 12 meses, a dívida pública estadual registrou alta de 6,74%. O montante passou de R$ 188,4 bilhões em novembro de 2024 para R$ 201,1 bilhões no mesmo período deste ano. Os números revelam que o estoque da dívida cresceu R$ 12,7 bilhões no último ano, apesar de o governo ter desembolsado R$ 5,05 bilhões em 2025 para amortizar o débito com a União. Procurado, o governo de Minas não havia se manifestado até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto.
A dívida pública de Minas se tornou um dos assuntos mais espinhosos da gestão Zema. O atual governo chegou a passar um longo período sem pagar os serviços da dívida com a União graças a liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal durante o governo Fernando Pimentel (PT), entre 2018 e 2019, e prorrogadas no decorrer da atual administração. O cenário foi combustível para elevar o tom de críticas da oposição, que acusou o atual governo de ser o responsável por fazer o saldo da dívida explodir nos últimos anos. O estado só voltou a pagar as parcelas em outubro de 2024, ainda sob as condições do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

