No final de 2007, entre os meses de outubro e dezembro, foi elaborado pelo grupo, “CulturAtiva”, criado para esse fim, um calendário cultural para o município. Nomes conhecidos das artes plásticas, cênicas, literatura, entendidos e fomentadores de cultura, ate uma parlamentar municipal, tomaram parte ativamente do processo. Inúmeras reuniões foram feitas, discutiu-se exaustivamente a programação, tudo isso com a presença e participação é obvio, do superintendente de cultura.finalmente chegou-se a um consenso, Neves iria ter enfim um calendário de eventos culturais para o ano todo. Campanha de Popularização do Teatro, Exposições Intinerantes de Artes Plásticas, Concurso de Quadrilhas, Festival de Música e Bandas, Semana Literária e Feira do Livro, Etc. Faltavam as bênçãos do Executivo.
No inicio de janeiro de 2008, de posse da programação, o Grupo levou o documento para apreciação e aprovação do chefe do executivo e do secretário (a) responsável pela pasta que contemplaria esse segmento. O sim foi dado, a liberação dos recursos para realização dos eventos, era mera questão de tempo , acreditou o Grupo, que saiu de lá feliz e sonhando. Mas o tempo passou e...nada mudou. O festival de teatro aconteceu a duras penas graças a abnegação de alguns grupos, mesmo assim em locais que contemplou uma parcela muito pequena da população, as exposições de artes, concursos de quadrilha, festival de música, semana literária e feira do livro,caiu no esquecimento. Hoje, passados três anos, as expectativas do grupo se diluíram, o próprio grupo se dispersou. Tudo não passou de sonho (ou seriam pesadelos), para aqueles que continuam a acreditar na cultura como forma incontestável de inclusão.
Anos atrás se cogitou de transformar um grande galpão ao lado da prefeitura, num teatro, teríamos enfim um espaço onde a população poderia conferir o talento dos nossos artistas, teríamos a oportunidade realizar grandes mostras de artes plásticas e outras demonstrações artísticas. Até nome se criou, seria Teatro Henfil, em homenagem ao grande cartunista, filho de Neves. Verdade? Lêdo engano, passados vários anos, já nem se fala mais no assunto.
Até quando a cultura em nossa cidade será tratada como subproduto? Como cidadão nevense, amante das artes e modesto criador de histórias e coisas, sonho com o dia em que uma secretaria de cultura torne-se de fato e de direito, algo concreto e palpável. Quem sabe, né?