A Casa de Cultura de Ribeirão das Neves recebeu, na última quarta-feira (7), uma roda de conversa com a Defensoria Pública da União para debater sobre a situação dos imigrantes moradores da cidade. O município tem recebido muitos imigrantes de vários países, dentre eles Bolívia e Haiti.
Estiveram presentes vários equipamentos da Prefeitura Municipal, em especial da Secretaria de Assistência Social, além do Centro Zanmi e a equipe do Núcleo Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
A reunião discutuiu temas como o acesso a direitos e atuação diante a violação de direitos, abordado pela Defensoria Pública da União (DPU), e a migração e atuação com migrantes, debatida pelo Centro Zanmi.
As falas se deram em duas vertentes diferentes, sendo referente aos imigrantes Haitianos, que em maioria estão em situação de refugiados no país, com documentação em dia, porém sofrem com dificuldades como língua, validação de diplomas, sub-empregos e moradia, e dos Bolivianos, que ainda são pouco conhecidos no território de Ribeirão das Neves, porém, se fazem presentes em equipamentos públicos, e muitos relatam não terem nem posse de seus documentos.
Esses últimos parecem estar em situação mais precária, pois a falta de documentação e de informações impede que os mesmos acessem os equipamentos públicos básicos. Além disso, não existem dados concretos significativos sobre a presença deles no município.
O Centro Zanmi explicou que a permanência dos bolivianos no país não é ilegal, devido ao acordo de livre trânsito de pessoas junto ao Mercosul, porém, a falta de documentação é um facilitador para que esses tenham seus direitos violados e se tornem potenciais vítimas de exploração laboral. Identificou-se, então, a necessidade de diagnosticar e problematizar quem são, quantos são e onde estão os imigrantes que vivem em Ribeirão das Neves, para que então possa-se tomar outras providências.
A assistência social se comprometeu a dialogar com outras secretarias, como saúde, para discutir o papel da ACS junto a essas famílias, e a educação, a fim de tentarem conseguir um professor de linguas para que possa-se pensar em cursos e facilitar a acolhida dos imigrantes.
A reunião foi encerrada com o compromisso de todos os presentes serem multiplicadores do que fora ali discutido.