Adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação em unidades de Belo Horizonte e Ribeirão das Neves têm motivo para comemorar. Foi celebrado nesta sexta-feira (17), no Centro Socioeducativo Santa Clara, no bairro Capitão Eduardo, em Belo Horizonte, convênio entre a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), através da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase), e a Associação dos Amigos da Escola Guignard, que permitirá a realização de oficinas artísticas em sete unidades de privação de liberdade: Centros de Internação Provisória Dom Bosco e São Benedito, Centros Socioeducativos Santa Terezinha, Santa Helena, Santa Clara e Justinópolis, e no Centro de Reeducação Social São Jerônimo. Serão ministradas aulas de cerâmica, quadrinhos, fabricação de tintas, camisetas, rádio, grafite e serigrafia a 180 adolescentes. A vigência do convênio é de um ano.
Os chamados arte-educadores e estagiários da Escola Guignard, que darão aulas duas vezes por semana, desenvolverão atividades que aliam ações socioeducativas e práticas artísticas. Com isso, pretende-se produzir interações dos adolescentes entre si e com os educadores; promover a valorização da auto-estima e as reflexões sobre as práticas cotidianas. Além disso, a ação objetiva atuar na prevenção, recuperação e desenvolvimento social desses jovens.
Graças à parceria, já estão funcionando as oficinas de quadrinhos no Centro de Internação Provisória (Ceip) Dom Bosco e um adolescente da unidade, convidado a participar do evento, contou sua experiência: “Desenhei um baile funk, as pessoas dançando, se divertindo. Eu coloquei na minha história o que gostaria de fazer, que é dançar, sair com os amigos, trabalhar, ter uma vida muito melhor. Quem sabe quando eu sair daqui esses quadrinhos viram realidade?”. O agente socioeducativo Ayres de Almeida, também do Ceip Dom Bosco, descreveu a importância desse trabalho. “Também participaremos dessas oficinas, principalmente pelos vínculos que temos com os meninos, que incentivam e aumentam o envolvimento deles nas atividades. É interessante vê-los montar, discutir, inventar histórias, criar narrativas. Muitos utilizam os quadrinhos para vislumbrar o próprio futuro”.
Agência Minas